Criptos podem recuar ainda mais após dados da inflação americana? Confira análise semanal
Os mercados do bitcoin (BTC) e de outras criptomoedas tiveram mais uma semana volátil, no que parece ter sido uma montanha-russa em 2021. O bitcoin começou este ano sendo negociado a US$ 29 mil, mas atingiu a marca de US$ 69 mil – sua máxima histórica atual – em novembro.
Desde então, o preço do ativo caiu para a casa dos US$ 50 mil, um nível de preço importante, que analistas afirmam a necessidade de ser defendido para evitar que os negociadores deixem o mercado no futuro.
O bitcoin chegou a atingir, recentemente, a cotação de US$ 50,5 mil, o que representa um aumento de 3% na última semana, mas uma queda de 21% no último mês.
Atualmente, a maior criptomoeda do mundo está sendo negociada a US$ 47,4 mil. Ethereum (ETH) e binance coin (BNB), que ocupam o segundo e terceiro lugar entre os maiores criptoativos, caíram 1% e 3% na última semana.
Na sexta-feira (10), dados divulgados sobre a inflação nos Estados Unidos mostraram que o aumento no preço de bens de consumo entre novembro de 2020 e novembro de 2021 foi de 6,8%, a maior alta desde maio de 1982.
Detentores de dólar continuam vendo seu poder de compra diminuir com os dados de novembro ainda mais altos que os de outubro, que foram de 6,2%. O Federal Reserve, banco central do país, continua na luta contra os efeitos de seu pacote de estímulo monetário agressivo durante o período de pandemia.
De início, após os dados da inflação terem sido anunciados, os mercados cripto caíram. Os mercados perceberam os dados altos da inflação como um sinal de que era provável que o Fed reduzisse seu estímulo monetário e começasse o processo de redução gradual.
Em novembro, o Fed anunciou que a redução gradual, processo em que o governo diminui as compras de títulos do tesouro e de valores mobiliários com garantia em hipoteca, assegurados pelo governo, começaria.
O preço do bitcoin está correlacionado
ao mercado de ações?
O Fed começou a imprimir dinheiro para possibilitar essas compras, a fim de apoiar os mercados impactados pelas restrições econômicas induzidas pela pandemia.
O bitcoin e o restante do mercado cripto tiveram forte desempenho durante o período de inflação do dólar. Veteranos de Wall Street, como Tudor Jones, reforçaram o BTC como armazenamento de riqueza e proteção contra a inflação.
Alguns dos principais entusiastas institucionais do bitcoin, como Michael Saylor, CEO da MicroStrategy, afirmaram que investiram inicialmente no ativo, devido às suas características anti-inflacionárias.
Se o Fed se manter fiel ao plano de redução gradual, a inflação será reduzida nos Estados Unidos, e a economia irá esfriar. Isso poderá reduzir alguns dos atrativos a curto prazo do BTC e levar a alguma consolidação, após o extenso aumento ocorrido neste ano até agora.
O ativo subiu 73% no acumulado deste ano, mas, desde que a redução gradual foi anunciada, os investidores começaram a retirar lucros e assumir uma visão sem risco quanto aos mercados cripto.
Os mercados cripto, de modo geral, permanecem liderados pelo sentimento e pelos movimentos ligados ao bitcoin. Uma visão macro de queda em relação ao BTC irá afetar negativamente o valor do mercado cripto mais amplo.
O bitcoin, o restante do mercado cripto e os mercados tradicionais tiveram um final de semana forte, porém, após ter sido esclarecido que o aumento da inflação estava alinhado às expectativas, o mercado esfriou novamente.
Vários observadores do mercado acreditam que a inflação atingiu um novo pico e poderá naturalmente recuar, diminuindo a probabilidade de o Fed realizar a redução de modo mais agressivo.
O que vem por aí esta semana?
13 de dezembro: FTX listará BENQI (QI)
Nesta segunda-feira (13), a corretora cripto FTX listou o token QI. Os usuários já podem começar a depositar os tokens em sua conta na FTX. BENQI é um protocolo de liquidez de mercado não custodial e descentralizado na plataforma Avalanche.
O protocolo oferece aos depositários retornos significativos por meio de programas de geração de rendimentos.
Top 10 criptoativos da semana
A última semana de negociação foi mista para os mercados de ativos digitais, visto que ativos em destaque neste ano, como Solana (SOL), Terra (LUNA) e ETH apresentaram quedas, enquanto que outros ativos, como Ripple (XRP) e Cardano (ADA) apresentaram aumentos.
Gráfico de preço do bitcoin
Enquanto o preço do bitcoin esteve volátil nas últimas semanas por causa da incerteza em torno da política e da inflação americanas, os principais pontos da rede continuam mantendo-se fortes.
O fornecedor de dados Glassnode informou, na semana passada, que a taxa de hashes da rede está próxima de sua máxima histórica.