Criptonário: Um guia para os termos e conceitos que definem blockchain e criptomoedas
Por Allex Ferreira, o Barão do Bitcoin
Este glossário foi escrito para ajudar os novatos a entender os principais e mais recorrentes termos e jargões utilizados no segmento de ativos digitais.
Os termos estão em português e inglês. Para facilitar a busca, procure o conceito que deseja conhecer a definição com a função Ctrl+F de seu teclado.
Altcoin: geralmente refere-se a qualquer criptomoeda que não seja o bitcoin. De certa forma, essa denominação vem se tornando obsoleta porque o bitcoin está perdendo participação de mercado para outras criptomoedas.
Ataque de 51% (51% percent attack): protocolos abertos de blockchain são vulneráveis a ataques que poderiam tirar proveito da necessidade de consenso. Se mineradores são capazes de controlar 51% dos nós que operam a rede, eles podem manipular regras fundamentais e assumir o controle do sistema adotando suas próprias mudanças no código e substituindo a necessidade de outros envolvidos no sistema concordarem com essas mudanças antes de serem implementadas.
Ativos digitais (digital assets): descrever uma criptomoeda simplesmente como moeda é considerado uma maneira empobrecida para explicar o que são ativos digitais emergentes. O termo criptomoeda pode ser um pouco confuso (uma vez que, em certa medida, os tokens digitais não satisfazem todas as funções de dinheiro). Ao invés disso, denominar criptomoedas como ativos digitais traduz melhor valor intrínseco destes instrumentos.
Assinatura múltipla (multi-sig): refere-se a um endereço de criptomoeda que necessita de mais de uma chave privada para transferência de fundos. A função de assinatura múltipla é comumente usada em transações comerciais nas quais uma empresa não quer que apenas uma pessoa tenha as chaves de um endereço. Também é utilizada em transações feitas por meio de uma conta-garantia (escrow) ou quando aplicações necessitam camadas extras de segurança.
Baleia (whale): é uma pessoa ou entidade que possui uma posição importante, ou seja uma grande quantidade, em criptomoedas. As baleias podem influenciar o preço quando vendem. À medida que as criptomoedas amadurecem, ou o valor de mercado (market cap) delas aumenta, é possível que as baleias tenham uma influência menor nas flutuações de preços das moedas digitais.
Bifurcação da rede (fork): divisão no código que sustenta o sistema da blockchain. A blockchain pode ser bifurcada por uma série de motivos: desde atualizações de códigos planejadas até cenários de mudança completa do sistema. As bifurcações simples de rede (soft forks) referem-se a atualizações ou alterações de código planejadas e que não alteram a estrutura base ou o funcionamento do sistema da blockchain. Uma bifurcação complexa da rede (hard fork) é uma mudança que pode ter impactos consideráveis na blockchain e nas moedas relacionadas. As bifurcações complexas de rede são difíceis de implementar, e devido à necessidade de consenso para gerenciar as redes descentralizadas, como o bitcoin e o ethereum, pode resultar em duas redes diferentes.
Cadeia de blocos (blockchain): é uma tecnologia que visa a descentralização como medida de segurança. São bases de registros e dados distribuídos e compartilhados que possuem a função de criar um índice global para todas as transações que ocorrem em um determinado mercado. Funciona como um livro-razão, só que de forma pública, compartilhada e universal, que cria consenso e confiança na comunicação direta entre duas partes, ou seja, sem o intermédio de terceiros. Está constantemente crescendo à medida que novos blocos completos são adicionados a ela por um novo conjunto de registros. Os blocos são adicionados à blockchain de modo linear e cronológico. Cada nó — qualquer computador conectado à essa rede tem a tarefa de validar e repassar transações — obtém uma cópia da blockchain após o ingresso na rede. A blockchain possui informação completa sobre endereços e saldos diretamente do bloco gênese até o bloco mais recentemente concluído. A blockchain é vista como a principal inovação tecnológica do bitcoin visto que é a prova de todas as transações na rede. Seu projeto original tem servido de inspiração para o surgimento de novas criptomoedas e de bancos de dados distribuídos.
Carteira digital (wallet): peça vital do sistema de criptomoedas e algo que os usuários precisam ter familiaridade para armazenar com segurança suas moedas digitais. As criptomoedas são desenhadas usando chaves criptográficas pública e privada. A chave pública é uma série única de letras e números que é visível a todos e pode ser identificada na blockchain. A chave privada é mantida apenas pelo usuário custodiante da moeda digital e é necessária para acessar os fundos e completar transações. Ou seja, a chave pública pode ser compartilhada com outras pessoas com o objetivo de, por exemplo, receber fundos. Já a chave privada jamais pode ser revelada ou armazenada de maneira digital, pois pode ser roubada por hackers. Existem vários tipos de carteiras, incluindo carteiras em papel e carteiras-dispositivo (hardware wallet) que são usadas para armazenar as moedas digitais de maneira off-line. Este dois exemplos são considerados formas de armazenamento frio (cold storage ou cold wallet). Por outro lado, a forma de armazenamento quente (hot storage ou hot wallet) é uma carteira que pode ser acessada on-line, o que facilita realizar transações, mas pode ser vulnerável a ataques. Uma carteira digital em seu celular é um exemplo de hot wallet.
Conheça Seu Cliente (Know Your Customer, KYC): são procedimentos que pretendem evitar que pessoas utilizem criptomoedas para lavagem de dinheiro ou para financiar outras atividades criminosas. Obrigam as corretoras de criptomoedas à exigirem de seus usuários informações básicas de identificação antes de permitir transações entre moedas fiduciárias e criptomoedas.
Consenso (Consensus): este é o pilar central das blockchains abertas, como a do bitcoin e de outras criptomoedas. Atingir o consenso é um processo de tomada de decisão complexo, contudo é necessário para que um sistema opere de maneira verdadeiramente descentralizada. O consenso é obtido a partir dos usuários que rodam nós (computadores) da rede e sinalizam suas preferências em relação a alterações no código e atualizações. Se uma quantidade suficiente de nós aceitar uma mudança no código, então aquela alteração é implementada por todos os participantes da rede antes que novos blocos sejam adicionados na blockchain.
Contrato inteligente (smart contract): a possibilidade de usuários interagirem em um ambiente não confiável e poderem verificar informações sem a necessidade de terceiros é a proposta do contrato inteligente da ethereum. Os contratos inteligentes podem ser definidos antecipadamente pelas partes, executados em algoritmo e verificados na blockchain, tudo sem a necessidade de um intermediário. Contratos inteligentes podem ser usados para economizar tempo e dinheiro, e é esperado que tornem-se cada vez mais úteis e populares, pois cada vez mais dispositivos estão conectados à internet executando interações mais complicadas com o passar do tempo.
Corretora ou casa de câmbio (exchange): plataforma on-line para comprar e vender criptomoedas utilizando moeda tradicional emitida pelo governo (moeda fiduciária), ou para executar trocas entre diferentes criptomoedas. A maioria das corretoras legítimas que aceita moeda fiduciária para compra de criptomoeda adere, em algum nível, ao procedimento conhecido como “Conheça Seu Cliente (Know Your Customer, em inglês)”, destinado a prevenir lavagem de dinheiro e outras atividades criminosas. Essas medidas exigem que os clientes revelem informações básicas de identificação antes de realizarem transações. As corretoras têm níveis diferentes de exigência de identificação dos seus clientes, de modo que seus usuários devem compartilhar informações em relação a quanto e com que frequência estão trocando criptomoeda por moeda fiduciária.
Criptomoeda (Cryptocurrency): esta palavra geralmente refere-se a tokens digitais ou moedas digitais que são produzidas por um sistema de blockchain, como o bitcoin e o ethereum. Existem outras formas de dinheiro digital, como unidades de valor produzidas dentro de video games ou, até mesmo, sistemas alternativos de dinheiro baseados em plataformas digitais, como o e-gold. Porém, estes sistemas não são criptomoedas. Devemos notar também que mesmo se uma blockchain tiver um token digital associado, ele pode não ser necessariamente considerado uma criptomoeda. Como o próprio nome diz, criptomoedas apoiam-se em criptografia para prover segurança e proteger (ou ao menos blindar) a identidade dos usuários. Criptomoedas compartilham algumas características do dinheiro tradicional respaldado pelo governo, pois algumas são usadas como reserva de valor ou meio de troca. Contudo, criptomoedas continuam a ser reguladas diferentemente ao redor do mundo. Em alguns países, criptomoedas são consideradas dinheiro, em outros elas são reguladas como commodities ou valores mobiliários.
dApps (aplicação descentralizada): é uma entidade autônoma de código aberto que pode ser atualizada ou modificada por um grupo de usuários mediante consenso. O objetivo de um dApp é remover a necessidade de autoridade central, como governos ou corporações. Exemplo: um aplicativo de compartilhamento de caronas (como o Uber) sem nenhuma empresa por trás. As transações entre as pessoas ocorre por meio do aplicativo sem a existência de um intermediário. O bitcoin pode ser considerado um dApp. Um dos primeiros dApps da rede do Ethereum foi hackeado, o que gerou uma enxurrada de controvérsias e levou a rede do ethereum a passar por um hard fork (bifurcação da rede). Os dados dos usuários em um dApp são criptografados em uma blockchain pública para prevenir a existência de um ponto único de falha. dApps também usam tokens de uma blockchain existente ou produzem seus próprios tokens para incentivar a manutenção e operação da aplicação. O site Github possui um extenso documento técnico sobre aplicações descentralizadas.
Efeito de rede (network effect): refere-se à ideia de que algo se torna mais valioso à medida que mais pessoas o usam. Empresas e serviços de tecnologia baseadas em usuários são bons exemplos. O Facebook, por exemplo, torna-se mais valioso à medida que mais pessoas usam a plataforma. No universo cripto, o bitcoin tem efeito de rede pois foi a primeira grande moeda a atingir uma base ampla de usuários.
Gas: o termo refere-se ao custo necessário para concluir transações na rede ethereum. O gas é um reflexo de recursos computacionais que a blockchain do ethereum necessita para verificar e armazenar uma transação. A ideia por trás do gas é a cobrança de uma taxa que tornará o sistema mais sustentável, especialmente quando o ethereum alterar sua forma de obtenção de consenso de prova de trabalho (proof-of-work) para prova de participação (proof-of-stake).
Hash: hashing é o processo de verificação da blockchain que utiliza um algoritmo de hash seguro (no caso do bitcoin, o algoritmo de hash seguro é chamado de SHA 256). As mineradoras usam o hashing para acessar a blockchain e competir por novos bitcoins. O processo requer alto poder computacional, portanto, as mineradoras tentam continuamente construir plataformas mais sofisticadas, o que contribui para o seu poder de hash.
Hodl: essa é uma das palavras que inspirou o desenvolvimento do criptonário. É uma palavra específica do universo cripto que surgiu em uma conversa famosa sobre bitcoin. “Hodl” é um trocadilho com a palavra hold (manter, segurar, deter). É um jargão da internet muito conhecido pelos entusiastas das criptomoedas. “Hodl” significa resistir à venda dos ativos digitais durante uma queda de mercado, ou quando uma moeda perde muito valor.
Imutabilidade (Immutability): representa uma viagem sem volta. Imutabilidade significa que, uma vez que um bloco é verificado e adicionado à blockchain, o conteúdo daquele bloco (como os detalhes das transações) não pode ser editado ou alterado. O conceito de imutabilidade é a chave para a confiança e funcionamento da blockchain. Desenvolvedores da ethereum viraram manchete quando decidiram substituir a imutabilidade da sua rede após o ataque hacker, em 2016, à plataforma The DAO (A Organização Autônoma Descentralizada, uma espécie de plataforma para desenvolvimento de dApps). O histórico da rede foi revertido para recuperar os milhões de dólares que haviam sido sequestrados pelo golpista digital e, consequentemente, devolvê-lo aos investidores originais. A decisão resultou em um hard fork (bifurcação na rede) que criou duas redes: ethereum (nova rede) e ethereum classic (rede original).
Internet das coisas (Internet of things): descreve um cenário de hiperconectividade no qual dispositivos, desde itens domésticos até redes inteiras de energia, estão conectados à internet. Presume-se que a hiperconectividade ou a coleta e monitoramento de informações em tempo real levará à melhoria da qualidade de vida e aumento da eficiência (em termos de uso de energia, por exemplo). A infraestrutura de internet existente hoje é um fator limitante para o aumento da capacidade da internet das coisas. A tecnologia blockchain, principalmente por meio dos contratos inteligentes (smart contracts) e redes confiáveis, é vista como um componente chave para o desenvolvimento da internet das coisas.
Internet do dinheiro (Internet of value): a internet que existe hoje é categorizada como a internet da informação. O surgimento da blockchain e das criptomoedas tem possibilitado a existência de sistemas de valor que não estão relacionados a sistemas financeiros tradicionais, mas que também podem ser usados para armazenar, verificar e transferir valores, tais como votos eleitorais, direitos autorais e propriedade intelectual. Assim como a internet mudou a forma como nos informamos e nos comunicamos, uma nova maneira mais segura para a troca de valor está prestes a revolucionar os setores comercial e financeiro, com a criação de bens e serviços que ainda não existem.
Investimento em protocolos (protocol investing): estratégia que exige que investidores se concentrem em escolher e investir em protocolos de blockchain que formam base para os sistemas das criptomoedas. Bitcoin é um protocolo, assim como ethereum e outras moedas digitais. A lógica implícita do investimento em protocolos é que, à medida que mais aplicativos, produtos e serviços são criados, o protocolo base torna-se mais valioso.
Livro-razão distribuído (distributed ledger): este é outro termo, mais descritivo, que representa o que é blockchain. Livros-razão distribuídos utilizam, como base, redes de pessoa para pessoa (peer-to-peer) para criar um sistema confiável de verificação, no qual computadores, dispositivos diversos e indivíduos conectados à internet possam trocar valor sem a necessidade de nenhum tipo de intermediário.
Lunático (moon kid): pessoa que defende a teoria de que o valor das criptomoedas atingirá proporções astronômicas. Geralmente, essas pessoas postam memes nas redes sociais relacionando o aumento do valor de determinada moeda à foguetes sendo lançados ao espaço, e coisas do tipo. Tais memes são rotulados com frases como “para a lua” (to the moon). Os garotos da lua são sempre otimistas durante as ondas de alta (bull trend) e relativamente silenciosos durante os períodos de baixa (bear trend). Nunca tome conselhos de investimentos de um lunático.
Mão de alface (weak hand): oposto do hodler (aquele que segura as moedas digitais como investimento de longo prazo). Tampouco podemos chamá-lo de operador de mercado (trader). O “mão de alface” se livra das suas moedas durante as baixas de mercado por não entender o verdadeiro potencial ou a vantagem da tecnologia. Não seja um “mão de alface”.
Minerador (miner): parte fundamental do sistema de prova de trabalho para validar e manter a blockchain. As mineradoras dedicam poder computacional (hash power) para resolver problemas matemáticos, o que resulta na criação de linhas de códigos de dados verificados que são adicionados à blockchain. As mineradoras são recompensadas por seu trabalho recebendo novas criptomoedas caso sejam as primeiras a verificar um bloco (que pode conter centenas de transações individuais). Um novo bloco também contém dados do bloco anterior, ou seja, o sistema é construído sobre si mesmo, evitando fraudes ou alterações uma vez que é difícil voltar e manipular um bloco individualmente. Embora a mineração, ou prova de trabalho, seja interessante na perspectiva computacional, requer muita energia e equipamentos especializados para explorar os principais sistemas da blockchain.
Moeda fiduciária (fiat): é o dinheiro tradicional. Moedas legalmente reconhecidas, criadas e controladas pelos governos, geralmente através de bancos centrais ou de alguma agência centralizada similar. O fornecimento das moedas fiduciárias mais modernas não está vinculado a qualquer commodity, como por exemplo o ouro, e pode ser criado pelos governos para lidar com percalços financeiros ou econômicos, levando a situações inflacionárias, que geralmente desvalorizam a força da moeda.
Oferta Inicial de Criptomoeda (Initial Coin Offer, ICO): foi assim que alguns projetos de criptomoedas surgiram. As ofertas iniciais de criptomoedas são uma espécie de cruzamento entre campanhas de financiamento coletivo e oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do mercado de ações. A principal diferença é que existe uma barreira de entrada pequena para entrar em uma ICO. Com esforço mínimo, qualquer um pode escrever um artigo técnico e propor uma nova rede ou um novo token com base em uma rede já existente. É provável que as ofertas iniciais de moedas futuras sejam examinadas pelos reguladores com mais rigor.
Pagamento de pessoa para pessoa (peer-to-peer payment): a confiabilidade de uma transação digital de pessoa para pessoa foi uma das maiores motivadoras para a criação e a rápida adesão do bitcoin. A ideia era simples: como os usuários poderiam fazer negócios entre si através da internet sem a necessidade de envolver um intermediário, como um banco, uma empresa de cartão de crédito ou outro serviço de pagamento. A remoção do intermediário significava que os usuários precisariam de outra maneira para poder confiar uns nos outros antes de executar uma transação. Para suprir essa necessidade surge a blockchain. Pessoas, grupos e empresas agora têm um sistema confiável para enviar ativos digitais de um lado para o outro sem a necessidade de passar por um intermediário. O objetivo dos sistemas da blockchain é tornar as transações mais rápidas e baratas. Usuários também podem realizar micropagamentos, ou seja, pequenas frações que antes eram muito pequenas para serem rentáveis.
Poder de computacional de mineração (hash power): as moedas digitais são criadas quando mineradores resolvem complexos problemas matemáticos ao verificar e armazenar dados em blocos. Criar esses blocos requer uma quantidade cada vez maior de poder computacional. O poder computacional de mineração é uma medida da capacidade de uma mineradora ou um equipamento de mineração usado para criar e manter blocos. As mineradoras que procuram lucrar, especialmente por meio da mineração de moedas mais estabelecidas, buscam continuamente maneiras de aumentar seu poder de hash. Algumas empresas têm criado operações de mineração elaboradas e caras para aumentar o poder de hash, mas o processo requer altos custos de energia.
Protocolo aberto (open protocol): blockchains como o bitcoin e o ethereum são protocolos abertos que permitem a participação de qualquer usuário ligado a um computador. Por sua natureza, protocolos abertos são descentralizados, isolando-os de alguns tipos de falhas de segurança. Protocolos abertos dependem do consenso para tomar decisões e implementar mudanças no código que alimenta a blockchain.
Prova de participação (proof-of-stake): assim como prova de trabalho, a prova de participação é um algoritmo utilizado para encontrar consenso em uma cadeia de blocos. Ao invés de usar poder computacional complexo (que requer muita energia) para verificar transações e criar blocos, as provas de participação da blockchain são verificadas por usuários que possuem a moeda. A confiança da Blockchain é garantida pelo proprietário, diferente do modelo de prova de trabalho. A lógica é de que os mineradores que participam do modelo de prova de participação trabalhem para manter a integridade da blockchain com intenção de manter o valor da moeda digital. Também existe aleatoriedade integrada no modelo prova de participação projetada para evitar a centralização do poder.
Prova de trabalho (proof-of-work): sistema para verificar e manter uma transação da blockchain, utilizado por muitas moedas digitais. A prova de trabalho requer alto poder computacional para resolver um problema, mas permite verificação com mais facilidade, tornando-se uma ferramenta útil para prevenir coisas como spam de e-mail e outros vírus. No universo cripto, a prova de trabalho é usada para incentivar as mineradoras a dedicar o poder computacional para verificar transações da blockchain.
Sem necessidade de permissão (permissionless): uma das principais características da blockchain ou dos livros-razão distribuídos é que eles não possuem necessidade de permissão, ou seja, qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode baixar um nó (um software para computador) e se tornar parte da rede. Os usuários do nó podem acessar os dados criptografados do bloco. Hospedar um nó, ou oferecer energia do computador para ajudar a criar e manter a rede, é diferente de ser um minerador.
Testemunha segregada (Segregated Witness, SegWit): refere-se à uma mudança no código do bitcoin. O SegWit incorpora alguns reparos importantes na blockchain com o objetivo final de aumentar a eficiência das transações de bitcoin. Antes de ser ativado na rede, em agosto de 2017, houve muito debate entre mineradores e desenvolvedores em torno dessa alteração do código. O SegWit abre caminho para que outras propostas de escalabilidade da rede do bitcoin sejam implementadas.