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Criptoativos em fundos de hedge duplicaram para US$ 2 bilhões em 2019

11 maio 2020, 8:59 - atualizado em 11 maio 2020, 8:59
Em parceria com Elwood Asset Management Services, a PwC publicou um novo relatório sobre o desempenho de fundos de hedge de criptoativos em 2019 (Imagem: REUTERS/Vincent Kessler)

O total de ativos sob gestão (AUM, na sigla em inglês) dos fundos de hedge de criptoativos duplicou no ano passado, de acordo com novo relatório.

O relatório, publicado por PwC e Elwood Asset Management Services nesta segunda-feira, mostra que o total de ativos sob gestão de fundos de hedge de criptoativos aumentou para mais de US$ 2 bilhões em 2019 em comparação a US$ 1 bilhão no ano anterior.

É importante destacar que, em 2019, o preço do bitcoin disparou mais de 90% em comparação a 2018.

A porcentagem de fundos de hedge de criptoativos com um total de ativos sob gestão acima de US$ 20 milhões aumentou em 2019, de 19% para 35%. A média de ativos sob gestão aumentou de US$ 21,9 milhões para US$ 44 milhões, enquanto a mediana de ativos sob gestão aumentou de US$ 4,3 milhões para US$ 8,2 milhões.

Distribuição de ativos sob gestão em fundos de hedge cripto (Imagem: Relatório Anual da PwC & Elwood sobre Fundos de Hedge em Cripto de 2020)

“As mudanças vistas pela indústria de fundos de hedge em cripto nos últimos 12 meses, desde mais transparência regulatória à acelerada implementação de melhores práticas, são ótimos exemplos de quão rápido a indústria está se tornando cada vez mais institucionalizada”, afirmou Henri Arslanian, chefe global de cripto na PwC, ao The Block.

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Fundos quantitativos são mais prevalentes

PwC e Elwood classificaram fundos de hedge em cripto de acordo com quatro grandes estratégias de fundos: discricionários de longo prazo (fundos que tendem a ter os períodos mais longos para investidores), discricionários de longo/curto prazo (fundos que seguem estratégias híbridas), quantitativos (fundos que negociam com criptomoedas mais líquidas) e de multiestratégia (fundos que combinam as primeiras três estratégias).

Descobriram que fundos quantitativos são os mais prevalentes e, hoje, totalizam quase a metade dos fundos de hedge em cripto no mercado. As estratégias restantes totalizam os outros 50% do mercado de fundos de hedge em cripto.

Fundos discricionários de longo prazo tiveram o melhor desempenho mediano, de 40%, com um ganho médio de 42%, de acordo com o relatório. Fundos discricionários de longo/curto prazo tiveram um desempenho médio e mediano de 33%. Fundos de multiestratégia tiveram um lucro médio de 15% enquanto fundos quantitativos viram um aumento mediano de 30%.

Desempenho de fundos de hedge cripto em 2019 por estratégia (Imagem: Relatório Anual da PwC & Elwood sobre Fundos de Hedge em Cripto de 2020)

É importante destacar que esses dados de desempenho foram fornecidos pelos próprios gestores de fundos de hedge em cripto e não foram verificados por um administrador de fundos independente ou por auditores terceiros.

Bitcoin foi o mais negociado

A maioria dos fundos de hedge em cripto negociaram bitcoin (97%) no ano passado, seguido de ether (67%), XRP (38%), litecoin (38%), bitcoin cash (31%) e EOS (25%).

“Apesar de não termos pedido que fundos classificassem suas altcoins mais negociadas por capitalização de mercado, é interessante destacar que litecoin foi mencionado por fundos como uma das altcoins mais negociadas apesar de sua capitalização de mercado ter diminuído do que as outras altcoins mencionadas”, afirmou o relatório.

Criptomoedas negociadas por fundos de hedge em cripto (Imagem: Relatório Anual da PwC & Elwood sobre Fundos de Hedge em Cripto de 2020)

Cerca de metade dos fundos de hedge cripto também negociam derivativos (56%) ou são vendedores ativos a descoberto (48%), de acordo com o relatório. Fundos de hedge de criptoativos também estão envolvidos no staking (42%), na concessão (38%) e na contração de empréstimos (27%) de criptomoedas.

Em relação à base de investidores desses fundos, escritórios de família totalizaram 48%, com 42% de indivíduos de alto poder aquisitivo.

Poucos fundos tinham fundações, fundos de dotação e de capital de risco ou fundos de fundos como investidores e nenhum dos respondentes citou fundos de pensão como investidores, de acordo com o relatório.

“Espero que a indústria de fundos de hedge em cripto cresça significativamente nos próximos anos conforme o investimento em um fundo cripto possa ser o ponto de acesso mais fácil e familiar para muitos investidores institucionais que desejam entrar nesse universo”, afirmou Arslanian.