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Criptoativos e o crescimento do mercado de ETFs no Brasil

25 set 2024, 14:52 - atualizado em 25 set 2024, 14:52
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(Imagem: Pixabay/ EivindPedersen)

Embora o investimento via ETFs no Brasil ainda seja tímido em comparação a mercados mais maduros, como os Estados Unidos e Europa, é interessante observar como, por aqui, o surgimento dos fundos listados de criptoativos desempenhou um papel significativo no desenvolvimento desse produto como veículo de investimento.

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Enquanto nos EUA a aprovação de ETFs de bitcoin e ethereum spot precisou de um longo processo junto à SEC (Securities and Exchange Commission), o Brasil foi o primeiro país, depois do Canadá, a aprovar um ETF de bitcoin – isso há mais de três anos, ainda em março de 2021.

Essa decisão ratificou o pioneirismo que a CVM já havia mostrado alguns anos antes, quando soltou o ofício circular 11/2018, se tornando um dos primeiros reguladores do mundo a ter regras objetivas para fundos de investimento acessarem o mercado de criptoativos.

Observando dados históricos, é possível perceber uma guinada na quantidade de fundos listados a partir de 2021, quando os primeiros ETFs de cripto foram lançados no Brasil. Apenas naquele ano, foram lançados mais de 30 novos ETFs no Brasil, praticamente dobrando a quantidade de ETFs até então disponíveis na B3.

Dos mais de 30 ETFs lançados em 2021, seis deles eram focados em criptoativos, e justamente aqueles que foram destaque em número de cotistas, mostrando que havia uma demanda reprimida por produtos de investimento ligados a cripto que superassem as barreiras de tecnologia, liquidez e segurança. A aceitação foi grande. Em apenas três anos, a B3 já soma 15 ETFs de criptoativos com 230 mil cotistas e um patrimônio líquido de mais de 5 bilhões de reais, conforme boletim de julho publicado pela B3.

A lista de fundos disponíveis na bolsa aumentou recentemente, com opção de exposição à rede Solana vindo na esteira dos fundos de Bitcoin e Ethereum. Solana apresentou um crescimento significativo no último ano, com forte desenvolvimento da rede, diversas atualizações e entrada de novos desenvolvedores em seu ecossistema. À medida que mais inovações surgem, posiciona-se com destaque no espaço cripto, justificando a criação de um ETF para proporcionar exposição a esse crescimento significativo.

O efeito rebote da popularidade dos ETFs de cripto foi um aquecimento no interesse em ETFs como um todo. De acordo com a B3, no fim de 2020, existiam 29 ETFs na bolsa.

Hoje, em 2024, temos 104 ETFs – são 70 novos fundos em quatro anos. Para além de novos produtos, entraram mais investidores. Entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021 – período que comporta o lançamento dos primeiros ETFs de cripto da B3 – o número de cotistas mais do que dobrou, passando de 242 mil para 505 mil, de acordo com o boletim de ETFs publicado em julho deste ano.

No entanto, existe uma outra diferença notável entre o Brasil e os mercados internacionais no que diz respeito a ETFs temáticos de criptoativos: a composição dos investidores.

Enquanto lá fora os veículos de cripto estão predominantemente nas mãos de investidores institucionais, aqui no Brasil são mais concentrados em pessoas físicas, deixando os institucionais com apenas um terço do patrimônio líquido dos ETFs de criptoativos, a maioria deles formadores de mercado.

Mas o interesse está aumentando, e já começamos a ver alguns investidores institucionais olhando para ETFs de cripto como um instrumento de arbitragem, entre os quais fundos locais buscando incrementar suas rentabilidades em um cenário de mercado tradicional mais desafiador.

Está claro que os ETFs de criptoativos desempenharam um papel significativo no desenvolvimento deste veículo no Brasil, ampliando as opções de investimento e atraindo novos investidores. Resta acompanhar essas tendências e entender como a quantidade e o perfil dos investidores vão evoluir.