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Criminoso da Dark Web é acusado de lavar US$ 137 milhões em bitcoin da prisão

15 ago 2021, 11:27 - atualizado em 15 ago 2021, 11:27
Bitcoin
Segundo a acusação federal divulgada pelo tribunal na quarta-feira (11), mesmo cumprindo a sentença de 57 meses na prisão, Farace continuou a lavar dinheiro (Imagem: Unsplash/Executium)

Ryan Farace, conhecido na Dark Web como “Xanaxman”, foi acusado, por um tribunal federal no estado americano de Maryland, de lavar US$ 137 milhões em bitcoin (BTC), estando na prisão.

Conforme noticiado pelo Decrypt, Farace foi preso três anos atrás por vender Alprazolam, um tipo do remédio contra ansiedade Xanax, em mercados ilegais na Dark Web.

O tribunal, em novembro de 2018, ordenou que Farace entregasse 4 mil bitcoins recebidos a partir da venda das drogas. Na época, a quantia valia cerca de US$ 16,8 mil, mas em dias atuais corresponde a US$ 187,2 milhões.

Além disso, ele também teve de entregar às autoridades US$ 5,6 milhões em dinheiro e em propriedades. 

Porém, segundo a acusação federal divulgada pelo tribunal na quarta-feira (11), mesmo cumprindo a sentença de 57 meses na prisão, Farace continuou a lavar dinheiro.

Conforme a acusação, Ryan Farace e seu pai, Joseph Farace, lavaram os lucros recebidos com as vendas ilegais entre outubro de 2019 e abril deste ano.

Além disso, a Administração de Fiscalização de Drogas (DEA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos confiscou, em fevereiro, 2.875 BTC e outros 59 BTC em maio. Com a atual cotação da criptomoeda, esse total corresponde a US$ 137 milhões. 

Embora as acusações contra Farace estejam ligadas a lucros obtidos com a venda ilegal de drogas, é incerto se o governo não tinha conhecimento antes sobre esses bitcoins ou se Farace, de algum modo, os adquiriu estando na prisão. 

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Criptomoedas e Dark Web

De acordo com o Decrypt, a obtenção de dados confiáveis sobre a Dark Web, ou ainda sobre o uso de criptomoedas na Dark Web, é algo difícil de ser conseguido.

Certa vez, a analista de blockchain Chainalysis estimou que mais de US$ 800 milhões em criptomoedas foram enviadas a mercados da Dark Web somente em 2019. 

Um exemplo disso é a plataforma Silk Road, conhecida pela venda de drogas ilícitas na Dark Web, que foi forçada, pelo Departamento Federal de Investigação (FBI), a fechar em 2013.

O FBI confiscou quase 174 mil bitcoins, que valiam US$ 33,6 milhões na época, porém ainda há 444 mil que não foram confiscados. Segundo a Elliptic, empresa de análise de blockchain, 70 mil BTC, que foram movimentados em novembro do ano passado, faziam parte dessa quantia faltante.

As criptomoedas confiscadas pelo governo americano são leiloadas, geralmente com um prêmio. Em 2014, por exemplo, Tim Draper, investidor de capital de risco, adquiriu 30 mil bitcoins confiscados na Silk Road por um valor não divulgado.

Os bitcoins de Farace, porém, ainda têm de chegar ao mercado para serem leiloados.