Criadora do ChatGPT mapeou as profissões mais expostas à inteligência artificial; será que a sua está na lista?
A empresa criadora do ChatGPT, a OpenAI, realizou um estudo que mapeou quais são as profissões mais expostas à inteligência artificial. O Tilt, do Uol teve acesso ao documento.
Para o estudo, os pesquisadores consideraram quais são as características que chatbots com inteligência artificial possuem. A partir disto, foi analisado o equivalente à Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) norte-americano, o O*Net, e listadas as atribuições de diversas profissões.
Com estes dados reunidos, o estudo analisou quais atividades poderiam ser feitas com inteligência artificial, de maneira a identificar quais tem mais ou menos exposição à tecnologia. Quanto maior a exposição, maior a chance de automatização da profissão.
Segundo os pesquisadores que conduziram o estudo, esse conceito tem relação com tarefas em que o ChatGPT consegue reduzir o tempo gasto por humanos para realização de uma tarefa em pelo menos 50%.
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As ocupações ligadas a programação e escrita são mais suscetíveis de automatização, conforme o estudo. Confira a exposição das profissões, segundo divulgado pelo Tilt:
- 100% de exposição: jornalistas, contabilistas e auditores, assistentes administrativos e secretários jurídicos;
- Entre 90% e 100% de exposição: engenheiros de blockchain, secretários de correspondência, taquígrafos e legendadores;
- Menor que 90%: intérpretes e tradutores, escritores, relações públicas e pesquisadores de mercado.
Trabalhos manuais estão entre os menos expostos às inteligências artificiais como o ChatGPT, sendo o caso de operadores de máquinas agrícolas, lavadores de louça, mecânicos, entre outros.
O risco do ChatGPT e outras IAs é real?
O avanço da tecnologia levanta frequentemente questões sobre os riscos gerados para o mercado de trabalho e se as carreiras serão realmente substituídas por máquinas.
Christopher Pissarides, economista vencedor do Prêmio Nobel de 2010 e professor da London School of Economics, acredita que este cenário não deve acontecer. Para Pissarides, existe uma possibilidade de se adaptar com rapidez suficiente aos chatbots apoiados pela IA, como o ChatGPT.
Durante uma conferência em Glasgow, o economista disse que está muito otimista de que, com os avanços tecnológicos, será possível aumentar a produtividade no mercado. Para Pissarides, a tecnologia pode eliminar muitas “coisas chatas” do trabalho, deixando apenas as coisas interessantes para os seres humanos fazerem.
Para o vencedor do Prêmio Nobel, a transição para os trabalhadores será menos dolorosa com a adoção mais lenta pelas empresas, apesar de a tecnologia se mover rapidamente.
Pissarides também destacou que, com as IAs, seria possível aumentar o bem-estar geral no trabalho e ter mais lazer. Para ele, com o ChatGPT, seria possível adotar facilmente uma semana de quatro dias.
* Com Janaina de Camargo