Criação de estatal para viabilizar venda da Eletrobras eleva dotação de ministério em 2021
Na Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) encaminhada ao Congresso Nacional na segunda-feira (31), o governo incluiu nessa conta mais R$ 4 bilhões, para que o Ministério das Minas e Energia possa capitalizar uma nova estatal.
Essa empresa deverá absorver ativos da Itaipu Binacional e da Eletrobras Termonuclear a fim de viabilizar a privatização da Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6), prevista no Projeto de Lei 9463/18, do Executivo. O texto está sob análise de uma comissão especial na Câmara dos Deputados.
Com esses R$ 4 bilhões, o Ministério de Minas e Energia é um dos que terão, segundo a PLOA, maior aumento nas despesas discricionárias em relação às disponibilidades atuais. O primeiro da lista é o das Comunicações, recriado neste ano.
O Ministério das Comunicações foi desmembrado do da Ciência, Tecnologia e Inovações – que, por consequência, deverá ter uma redução de 26% nas despesas discricionárias para o próximo ano. A maior redução, no entanto, será na Presidência da República (-41%).
Avaliações
Dois dos ministérios envolvidos com ações de combate à pandemia do novo coronavírus enfrentarão situações opostas em 2021. O da Cidadania, responsável pelo auxílio emergencial, terá aumento de 24% nas despesas discricionárias. O da Saúde, de 3%.
O senador Marcio Bittar (MDB-AC), indicado para a relatoria do PLN 28/20, avaliou que o Orçamento de 2021 foi influenciado pelas ações tomadas neste ano contra a Covid-19. “Em linhas gerais, é bastante conservador. Veio magro e teremos que tirar gorduras.”
“O governo Jair Bolsonaro apresentou um Orçamento fake”, disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). “Promete obras de infraestrutura, Renda Brasil, Casa Verde Amarela [moradia popular] e gastos em saúde que a proposta não comporta”, continuou.