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Crescimento na unidade de serviços da Apple no 2º trimestre é crucial para sustentar o rali

30 abr 2019, 10:04 - atualizado em 30 abr 2019, 10:20
Computador da Apple
Resultados serão divulgados hoje após o fechamento do mercado(Imagem: Pixabay)

Haris Anwar/Investing.com

Os investidores têm se mostrado otimistas com a Apple Inc. (NASDAQ:AAPL) nos últimos meses. O preço das suas ações saltou 42% desde a mínima de 18 meses registrada em janeiro, encerrando o pregão de ontem com valorização de 0,2%, a US$ 204,61.

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Mas esse amor recém-reatado será colocado à prova no fim do dia de hoje, quando a fabricante dos iPhones divulgar seus resultados para o segundo trimestre fiscal.

Os analistas esperam, em média, um lucro por ação de US$ 2,37, uma queda de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. Caso se confirme, essa será a pior queda na comparação anual desde 2016. As vendas devem cair mais de 6%, para US$ 57,44 bilhões.

O grande desafio da Apple nos últimos trimestres tem sido mostrar que a companhia consegue sustentar seu crescimento em meio à desaceleração das vendas do seu maior gerador de receita: o iPhone.

Essa ameaça ganhou ainda mais relevo quando a companhia cortou sua previsão de faturamento pela primeira vez em mais de 15 anos no mês de janeiro, citando uma forte desaceleração na China. No fim daquele mês, a Apple publicou seu primeiro declínio de receita e lucro em mais de uma década no trimestre da festas de fim de ano.

Além das vendas fracas previstas na China, a Apple está enfrentando um desafio diferente em seus mercados desenvolvidos: os clientes fiéis do iPhone estão mantendo seus modelos antigos e levando mais tempo para comprar telefones mais novos e caros.

Serviços são a nova munição da Apple

Sem dúvida, essa perspectiva pessimista fornece razões suficientes para muitos analistas reduzirem suas previsões e questionarem o prognóstico futuro da companhia.

Mas, acreditamos que tais desafios são de curto prazo e o CEO, Tim Cook, possui munição suficiente para combater esse ciclo de baixa. Nosso otimismo se baseia no maior esforço que a companhia já fez até agora para monetizar sua base instalada ativa de 1,4 bilhão, oferecendo uma variedade de novos serviços.

Em uma grande mudança em sua estratégia de crescimento, a Apple anunciou, em março, que lançará um novo serviço de assinatura de vídeo que oferecerá seu próprio conteúdo original.

A empresa também planeja lançar um serviço de assinatura de jogos para aparelhos móveis, oferecendo acesso a mais de 100 jogos exclusivos, além de um cartão de crédito Apple, em parceria com o Goldman Sachs Group (NYSE:GS).

Uma inovação definida pela Apple será o serviço de Stream, o qual contará com produtos da empresa (Imagem: Facebool oficial do Tim Cook)

A parte mais importante dessa mudança de estratégia é a incursão da Apple no serviço de streaming de vídeo, que a empresa planeja lançar em mais de 100 países no segundo semestre. No lado das finanças e do consumo, o Apple Card não terá tarifas comuns, como anuidade, taxas de transações internacionais e multas por atraso, aumentando ainda mais a atratividade do seu recurso Apple Pay.

É difícil prever quanto tempo levará para que Cook comece a fazer dinheiro com essas novas iniciativas, mas não é difícil vislumbrar um futuro em que a Apple se tornará uma empresa baseada em serviços, sem deixar de lado seu segmento maduro de iPhones, que continuará gerando caixa.

Mesmo antes do anúncio de março, o forte desempenho das outras áreas de negócios da empresa estava diminuindo a dependência da Apple em relação ao iPhone. A área de serviços da companhia, que inclui Apple Music, aluguéis de filmes e downloads de aplicativos, teve um crescimento de 33% no ano passado, e as vendas atingiram US$ 40 bilhões, respondendo por cerca de 15% das vendas totais de US$ 265,6 bilhões da companhia.

Essa contribuição para a receita total da Apple, de acordo com uma estimativa do Morgan Stanley (NYSE:MS), continuará crescendo e pode gerar cerca de 60% do faturamento da Apple nos próximos cinco anos.

O crescente retorno de caixa que a Apple oferece aos seus investidores é outra boa razão para continuar fiel à ação. A Apple retornou mais de US$ 12 bilhões aos investidores no trimestre encerrado em dezembro na forma de dividendos e recompra de ações. Essa quantia deve aumentar, principalmente quando a Apple intensificar sua geração de caixa. A companhia encerrou o ano passado com um saldo líquido em caixa de US$ 130 bilhões.

Resumo

Não acreditamos que o difícil período de vendas do iPhone da Apple já tenha acabado. Os resultados do 2T fiscal devem mostrar essa tendência. Mas esses reveses são de curto prazo, e acreditamos que qualquer fraqueza na ação após a divulgação dos seus resultados deve ser encarada como uma oportunidade de compra.

Não acreditamos que os papéis da Apple estão caros, mesmo depois do rali deste ano. A Apple está sendo negociada a cerca de 16 vezes suas estimativas de lucro futuro, em comparação com uma média de 20 vezes do Índice de Tecnologia da Informação S&P 500.

Para investidores de longo prazo que desejam ter ótimos retornos através de dividendos e valorização de capital, acreditamos que a Apple oferece uma excelente proposta de risco-retorno.

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