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Cresce otimismo da Ágora sobre ciclo de alta da celulose; Suzano é preferência no setor

05 fev 2021, 12:35 - atualizado em 05 fev 2021, 12:35
Papel, Celulose, Suzano
Segundo a Ágora Investimentos, os fundamentos do mercado de celulose estão melhorando continuamente (Imagem: YouTube/Suzano)

O otimismo quanto ao aumento dos preços da celulose tomou conta da Ágora Investimentos. A corretora está mais confiante com o ciclo de alta e manteve a Suzano (SUZB3) como sua principal escolha no setor.

A corretora revisou para cima as estimativas para os preços da celulose de fibra curta em 2021. Agora, espera-se que os preços atinjam US$ 700 a tonelada até o fim do ano, com média de US$ 610/tonelada. Os preços da celulose de fibra longa devem chegar a uma média de US$ 825 a tonelada.

Para explicar o aumento das projeções, o time de research destacou que os fundamentos do mercado estão melhorando continuamente, amparados pela recuperação da demanda na Europa, somada à manutenção da forte demanda na China e na América do Norte, bem como pelo aumento do preço do papel a nível global e pela capacidade restrita, que tende a comprimir mais.

“Particularmente para celulose de fibra curta, o spread de fibra de celulose longa está agora em níveis históricos de US$ 245/tonelada, fornecendo suporte significativo de demanda e preço para celulose de fibra curta (achamos que uma faixa de spread justo é de US$ 100-150/tonelada). Dito isso, agora projetamos um déficit de mercado de celulose de cerca de 1 milhão de toneladas em 2021”, afirmaram os analistas.

Nome favorito

Na opinião da Ágora, a Suzano vai se beneficiar ao máximo do ciclo de alta da celulose. Isso, somado às tendências operacionais positivas (rápida desalavancagem, forte dinâmica de lucros e crescimento), justifica o favoritismo dos analistas sobre o nome.

“A desalavancagem será […] rápida (projetamos dívida líquida/Ebitda para atingir 2,3 vezes no fim de 2021 versus 4,3 vezes no quarto trimestre de 2020), e acreditamos que a administração deve anunciar a nova expansão de celulose de Ribas do Rio Pardo em 2,2-2,5 milhões de toneladas no Brasil em breve – estimamos que o projeto agregue cerca de R$ 7-12/ação”, comentou a equipe de research.

O negócio de embalagens de papel da Klabin prospera tanto no Brasil quanto nos mercados de exportação (Imagem: Divulgação/Klabin)

Opção defensiva

A Klabin (KLBN11) também colhe frutos do ciclo atual da celulose. A Ágora classificou a empresa como opção defensiva e destacou que o negócio de embalagens de papel da companhia está prosperando tanto no Brasil quanto nos mercados de exportação.

“No Brasil, a empresa implementou aumentos de preços de 5 a 10% para os principais papéis e embalagens ao longo do segundo semestre de 2020, com iniciativas adicionais (e semelhantes) no início de 2021. Nas exportações, a moeda acima da marca de R$ 5/dólar implica em margens de exportações quase tão altas quanto as margens domésticas”, disse.

A Ágora tem recomendação de compra para as ações da Klabin e da Suzano. Os preços-alvo indicados são de, respectivamente, R$ 35 e R$ 89.