Credores externos da Venezuela se juntam para executar sentenças
A empreiteira Huntington Ingalls Industries se juntou a uma longa lista de credores que buscam executar uma sentença contra a altamente endividada Venezuela, membro da Opep, conforme documentos judiciais apresentados na última sexta-feira.
A unidade de construção naval de Huntington Ingalls recebeu a seu favor no início do ano uma sentença de 138 milhões de dólares de um tribunal do Mississippi contra o Ministério da Defesa da Venezuela por falta de pagamento por reparos em dois dos navios de guerra do país sul-americano, iniciados décadas atrás.
Os reparos começaram antes que as relações entre Washington e Caracas se tornassem hostis, ainda sob o comando do falecido presidente socialista Hugo Chávez.
A Venezuela, rica em petróleo, sofreu com o colapso econômico nos últimos seis anos sob o governo de Nicolás Maduro, sucessor e pupilo de Chávez, e agora deve bilhões a credores no exterior.
Na sexta-feira, a Huntington Ingalls fez um registro no tribunal federal de Delaware e solicitou que o caso fosse atribuído a um juiz que também tem em mãos um apelo da mineradora canadense Crystallex para cobrar dívidas devidas pela Venezuela tomando para si uma participação na empresa controladora da refinadora americana Citgo Petroleum, que é subsidiária da petrolífera estatal venezuelana PDVSA.
“Prevemos que a Ingalls apresentará em seguida uma petição para obter um pedido de intimação na controladora do Citgo, a PDV Holding, e entrará em contato”, escreveu Russ Dallen, sócio-gerente do banco de investimentos Caracas Capital Markets, em nota aos clientes.
A Huntington Ingalls e o Ministério da Informação da Venezuela não responderam até o momento aos pedidos de comentários.