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Credores de emergentes estão sob risco com reestruturação

11 maio 2020, 16:35 - atualizado em 11 maio 2020, 16:35
Dinheiro
Os riscos estão mais altos do que nunca, porque a busca por rendimento levou investidores a aumentarem a exposição a títulos soberanos de mercados emergentes (Imagem: Pixabay)

Credores privados de mercados emergentes podem ter que arcar com o impacto das perdas se a pandemia obrigar governos a reestruturarem a dívida externa, de acordo com Bill Rhodes, um veterano em negociações de dívida.

“Para o setor privado que emprestou, será muito, muito difícil”, disse o ex-executivo do Citigroup. “Haverá alguns impactos reais em várias instituições que assumiram toda essa dívida.”

Embora credores estatais bilaterais possam ser mais facilmente capazes de absorver o impacto das reestruturações nos países em desenvolvimento, isso pode levar à falência do setor privado, disse Rhodes à Rádio Bloomberg na segunda-feira.

Os riscos estão mais altos do que nunca, porque a busca por rendimento levou investidores a aumentarem a exposição a títulos soberanos de mercados emergentes, disse.

Embora líderes do G-20 tenham apoiado um plano para renunciar ao pagamento de dívidas para alguns países, credores privados não chegaram a um acordo e não há um plano claro se a pausa expirar no final do ano.

Rhodes disse que a liderança fraturada entre economias desenvolvidas tornará mais difícil para o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial trabalharem com o G-20 e credores privados para encontrar uma solução.

O desafio pode ser ainda maior na América Latina, onde a migração venezuelana de refugiados para a Colômbia e outras nações vizinhas pressiona os sistemas de saúde subdesenvolvidos, disse.

A Argentina, que já tenta renegociar a dívida externa com credores de títulos, é um exemplo do que acontece nos mercados emergentes, disse Rhodes, que esteve envolvido em cinco das oito reestruturações de dívida do país.