Crédito Privado

Crédito privado premia com juros de 15% ao ano e gestores abrem o jogo

17 ago 2022, 15:12 - atualizado em 17 ago 2022, 15:12
Crédito privado
Prefixados, pós-fixados ou atrelados ao IPCA? Descubra qual indexador oferece melhor risco retorno no crédito privado no momento. (Imagem: RawPixel)

O crédito privado ainda pode passar batido na carteira de investimentos de muitos pela ausência de educação financeira. Mas rendendo juros ao redor de 15% ao ano e com baixo risco, o crédito privado mostra que está compensando ser um investidor mais conservador no Brasil.

O Money Times ouviu gestores de renda fixa que avaliam o quanto tem sido lucrativo e seguro investir nas dívidas emitidas por empresas, ganhando mais retorno do que nos títulos bancários (CDBs, LCAs e LCIs) e títulos públicos (Tesouro Direto).

“Está valendo muito a pena ser mais conservador no mercado agora. Você encontra títulos de crédito privado que rendem ao redor de CDI + 2% ao ano. Está mais fácil e acessível os investidores  encontrarem fundos e carteiras de crédito privado a partir de aportes mínimos de R$ 50, R$ 100 e R$ 1.000″, explica Stefan Castro, sócio e responsável pela gestão de renda fixa da AF Investimentos.

Acompanhando a disparada da taxa Selic, que passou de 9,25% em dezembro de 2021 para 13,25% em junho, a parcela de investimentos de renda fixa cresceu no primeiro semestre do ano, segundo levantamento da Anbima.

Essa classe de ativos representava 57,5% da carteira dos brasileiros no final do ano passado e chegou a 61,3% no primeiro semestre deste ano. Enquanto isso, a renda variável perdeu espaço, de 19,5% para 16,7%, na mesma base de comparação.

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Oportunidade

O brasileiro ainda tem muito dinheiro preso na na poupança, títulos de renda fixa com liquidez diária com rendimento abaixo de 100% do CDI e fundos pós-fixados conservadores com gestão passiva e alta taxa de administração.

Segundo análise da fintech Onze, no ano de 2020, os dez maiores fundos de previdência de renda fixa somavam R$ 234 bilhões e apenas quatro deles ao menos superaram a taxa do CDI no período.

“Não faz sentido o investidor não ter posições no crédito privado agora. As empresas brasileiras estão com resultados mais sólidos, menos alavancagem e os upgrades de notas de créditos superam as revisões para baixos feitas pelas agências de classificação de risco”, argumenta Marcelo Peixoto, sócio e gestor de crédito na Trígono Capital.

Ele explica que a taxa Selic em patamar elevado e com sinais de que deve permanecer estagnada em 13,75% ao ano por mais tempo favorece o investimento em debêntures simples e incentivadas, CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).

Os títulos de crédito privado pós-fixados, ou seja, aqueles atrelados ao CDI continuam os mais interessantes para investir dado o seu elevado prêmio com juros e baixo risco.

“Assim como acontece com ações e fundos imobiliários, selecionar os melhores títulos privados do mercado não tarefa fácil e acessível ao investidor pessoa. Por isso, na Trígono temos um fundo com rentabilidade alvo de CDI + 2,5% ao ano com aplicação a partir de R$ 50. Montar uma carteira manual pode ser muito oneroso ao investidor”, argumenta Peixoto.

High Grades

Investidores mais conservadores não precisam abrir mão de maior rentabilidade dado o momento favorável para os títulos de crédito privado pós-fixados.

E aqui pode ser interessante escolher títulos que têm a classificação de high grade, explica Luis Nazario Rodrigues, gestor de portfólio na Claritas Investimentos.

É uma indicação de que a carteira do fundo é composta por títulos com um baixo risco de crédito. Os títulos de crédito privado high grade apresentam uma previsão de rentabilidade, inclusive no longo prazo.

No caso dos fundos da Claritas, o investidor fica exposto a mais de 100 empresas com emissões de dívidas com classificação de crédito satisfatórias pelas agências de risco.

Vale lembrar que os títulos de crédito privado (debêntures, CRAs e CRIs) não têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), ao contrário dos títulos bancários (CDBs, LCAs e LCIs).

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