Crédito privado: Gestores revelam no que vale investir após caso Americanas (AMER3)
O investimento em crédito privado foi destaque nesta quarta-feira (15) no CEO Conference 2023, evento promovido pelo BTG Pactual que contou com a presença de especialistas do assunto para discutir sobre oportunidades e desafios ao emprestar dinheiro para empresas no Brasil e recebê-lo de volta com juros.
Quem aplica em renda fixa viu que o investimento em crédito privado ganhou bastante destaque neste início de ano, tanto pela imposição da marcação a mercado quanto pelo escândalo da Americanas (AMER3), que possui vários títulos de dívida no mercado.
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“O efeito cascata pelo caso Americanas no mercado de crédito foi até pior que o rombo contábil da varejista, já que muito gestor de fundo teve de vender bons títulos para aumentar a liquidez e dar conta da onda de saques”, explica Jean Pierre Cote Gil, sócio e gestor de crédito da Vinland Capital.
Até o vencimento dos títulos de renda fixa, o investimento em crédito privado sofre variações de preços, a depender de quanto o mercado está disposto a pagar, gerando janelas de lucro ou prejuízo em caso de venda antecipada.
Marcação a mercado vs. caso Americanas
Desde a imposição da marcação a mercado sobre a leitura das aplicações em renda fixa e o vendaval da fraude contábil da Americanas, o momento é bastante oportuno para alocações em crédito privado, segundo Ana Luísa Rodela, head de crédito no Bradesco Asset.
“A volatilidade no mercado de crédito neste início de ano levou à forte abertura de spreads. As taxas dispararam, enquanto o preço dos títulos caiu. Você encontra, em média, títulos pagando CDI + 2% ao ano, além de papéis incentivados indexados ao IPCA sem cobrança de imposto de renda“, afirma Rodela.
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Os CRAs e CRIs, com as debêntures incentivadas, são exemplos de títulos de renda fixa que não cobram IR sobre os rendimentos.
Para Eduardo Arraes, sócio do BTG Pactual Asset Management, é pouco provável que ocorra mais abertura de spreads no curto prazo, com a principal preocupação no mercado de crédito sendo a rolagem de dívida.
Ele comenta que os bancos estão mais cautelosos na hora de emprestar para empresas após o caso da Americanas. Com isso, a gestora tem realizado compra de bons títulos de crédito privado.
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“O crédito privado tende a crescer principalmente em debêntures incentivadas, pelo benefício fiscal. A demanda por renda fixa existe em 2023, com a indústria de fundos de crédito em plena expansão com a abertura de plataformas para além dos grandes bancos”, enfatiza Arraes.
Com a marcação a mercado, novas emissões terão impacto de liquidez, mas acaba sendo benéfico para o mercado de crédito no médio e longo prazo, permanecendo apenas investidores adequados para o mercado, valorizando os títulos na totalidade.