Crédito de carbono: Tokenização é o caminho para o Brasil embarcar no mercado com lucro
A tokenização dos certificados de créditos de carbono podem colocar o agronegócio brasileiro em um novo patamar, com potencial de embarque no mercado bilionário e sustentável.
O analista de renda variável do BB Investimentos, Renato Hallgren, explica que a tokenização dos certificados de carbono representará mais uma fonte de financiamento a mercado no agronegócio brasileiro.
Aproveitando o fato do Brasil possuir uma das matrizes energéticas com menor exposição ao uso de combustíveis fósseis, colocar o mercado de créditos de carbono em uma rede blockchain permite que tokens (representando certificados de carbono) sejam negociados 24h por dia, sete dias por semana e globalmente.
Hallgren destaca que esse novo mercado verde pode desbloquear uma nova fonte de recursos ao agronegócio brasileiro, negociações que atualmente já movimentam bilhões de euros no mundo.
Mercado potencial
Em 2020, a economia de créditos de carbono no mundo movimentou € 229 bilhões — aproximadamente R$ 1,419 trilhão – 20% acima do ano anterior e cinco vezes mais do que em 2017, segundo estudo encomendado pela XP Investimentos.
Já em 2021 houve um recorde de investimento internacional em créditos de carbono. O valor de tonelada de CO2 no mercado europeu atingiu aproximadamente € 57 tonelada. Em 2022, o valor é equivalente a R$ 319,20.
O crédito de carbono é na realidade um certificado, que comprova que uma tonelada de CO2 não foi para atmosfera. É um bem intangível, perene, dolarizado, reconhecido internacionalmente e é totalmente digital.
Como investir?
Caso você esteja interessado em investir em créditos de carbono uma das maneiras mais fáceis e seguros de fazer isso morando no Brasil é aplicando por meio de fundos de investimentos.
A mágica dos fundos de investimentos justamente reside na oportunidade do investidor estar exposto a teses bem definidas e deixando a gestão dos recursos nas mãos de um profissional.
Um dos fundos de investimento que tem créditos de carbono em sua estratégia de alocação é o Vitreo Carbono, que é tocado pela Vitreo.
O mercado de carbono mundial é dividido em mercado voluntário (offseting), no qual as empresas compensam a emissão de carbono por vontade própria, e mercado regulado (cap and trade), ação dos governos com metas para redução de emissão de gases e implementação de taxas pela emissão em excesso.
Mercado de carbono no Brasil
O Brasil ainda não tem nenhum mercado regulado de créditos de carbono no momento.
As discussões mais avançadas no Congresso Nacional giram em torno do Projeto de Lei 528/2021, que tinha grandes chances de ser aprovado às vésperas da COP26 realizada em Glasgow em novembro do ano passado.
O Money Times conversou com o autor da proposta, o deputado federal Marcelo Ramos (PL/Amazonas). Ele afirma que as empresas que não reduzirem emissões de carbono não irão valorizar seus ativos na Bolsa.
O deputado explica que o Brasil deve experimentar um período de transição no que tange a implementação do mercado regulado de carbono. A ideia é criar mecanismos de certificação que consigam monetizar nossos ativos florestais do país.
A advogada especializada em questões ligadas ao agronegócio, Maria Carvalho, explica que a diferença entre os mercados voluntário e obrigatório de créditos de carbono é justamente a existência ou não de norma obrigatória.
Em outras palavras, no mercado regulado há regras para que empresas limitem suas emissões de carbono na atmosfera e também compensem quando referidos limites quantitativos forem ultrapassados, completa a sócia do escritório Carvalho, Prado & Spinola Advogados.
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