Credit Suisse: sem privatização, o que fazer com as ações da Cesp?
As ações da Cesp (CESP6) irão viver um dia de forte correção na Bolsa após o governo do estado de São Paulo ter decidido suspender o leilão de privatização da empresa, marcado para ocorrer no dia 26 de setembro. Segundo estimativas do Credit Suisse, os papéis podem cair aproximadamente 14%, para R$ 13. O valor de fechamento de quinta-feira foi de R$ 15,14.
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Em 3 de agosto o governo paulista publicou o edital de desestatização da geradora, em que estabeleceu o preço mínimo, de R$ 16,80 por ação, ou R$ 1,956 bilhão pelos papéis detidos pelo poder público. A descrença com a operação, ressaltam os analistas Vinicius Canheu e Arlindo Carvalho, era o motivo que afastava o preço da ação para próximo do pedido no leilão.
“Em nossa opinião, a indicação de que o leilão ainda poderia ter lugar este ano poderia limitar uma grande queda potencial no preço das ações, já que acreditamos que um cenário de “sem privatização” poderia levar as ações a R$ 13 por ação”, explicam. O governo disse que ainda pode ter uma nova decisão sobre o assunto até o final do ano.
Segundo a Agência Estado, O governo paulista contava com o interesse dos chineses, especialmente da China Three Gorges (CTG), que já havia comprado outras usinas da Cesp, cujo contrato de concessão venceu e foi retomado pelo governo. Mas, segundo fontes de mercado, esse apetite esperado não se confirmou.
O banco lembra que a atratividade da Cesp caiu consideravelmente quando o governo não conseguiu entrar em um acordo com a União para estender a concessão da Usina de Porto Primavera. O preço-alvo de R$ 20 e a recomendação neutra foram mantidos. Ou seja, a posição nos papéis pode continuar atrelada à privatização até uma decisão definitiva do governo paulista. Até lá, o jogo é de expectativas.