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Credit Suisse prevê 2022 fraco, fecha 4º tri com prejuízo de US$2,2 bi

10 fev 2022, 15:54 - atualizado em 10 fev 2022, 15:54
Credit Suisse
O Credit Suisse também sinalizou um declínio no lucro ajustado antes de impostos no atual trimestre (Imagem: Reuters/Arnd WIegmann)

O Credit Suisse divulgou nesta quinta-feira resultados finais de um ano repleto de escândalos, com prejuízo trimestral de 2,2 bilhões de dólares e disse que o lucro de 2022 será afetado por custos de reestruturação e compensação.

Embora tenha sinalizado prejuízo para o quarto trimestre, o segundo maior banco da Suíça trouxe números ainda piores do que o esperado. Analistas apontaram quedas na receita na maioria dos negócios, além de altos custos legais em banco de investimento, enquanto muitos de seus rivais apresentaram resultados robustos.

O Credit Suisse também sinalizou um declínio no lucro ajustado antes de impostos no atual trimestre. As ações do banco, que perderam pouco mais de um terço de seu valor desde o início de 2020, caíram 6,6% nesta sessão.

O horrendo 2021 do Credit Suisse foi marcado pelo colapso de 10 bilhões de dólares de fundos ligados ao insolvente grupo britânico Greensill e a uma perda comercial de 5,5 bilhões com a implosão do fundo de investimento Archegos, ambos em março.

O resultado atribuível aos acionistas no ano foi negativo em 1,6 bilhão de francos ante lucro de 2,7 bilhões em 2020.

O presidente-executivo, Thomas Gottstein, disse que o banco está trabalhando na resolução de problemas.

Citando a grande redução do apetite ao risco após os dois golpes em março, que levaram a várias demissões, investigações e uma revisão estratégica, Gottstein disse que os negócios do banco foram prejudicados ao se concentrar em esforços de remediação e abordar outros assuntos legados.

“Esta não será uma solução rápida e esperamos que 2022 seja um ano de transição, mas fizemos progresso claro na criação de condições para um banco muito mais estável e previsível”, disse.

Os problemas do ano passado, precedidos por um escândalo de espionagem executiva em 2019, vieram antes de começar 2022 com o Credit Suisse se tornando o primeiro grande banco suíço a ser julgado em um tribunal criminal, acusado de permitir que uma suposta gangue búlgara de tráfico de cocaína lavasse milhões de euros. O Credit Suisse negou irregularidades no caso.

No quarto trimestre, a divisão de banco de investimento teve perda antes de impostos de 2,1 bilhões de francos.

As receitas de renda fixa e vendas e negociação caíram 38% ano a ano, enquanto as com negociação de ações caíram 26%. A receita do mercado de capitais caiu 48%, enquanto a receita de assessoria aumentou em 51%.

O principal negócio internacional de gestão de patrimônio do Credit Suisse viu a receita cair 26%. A empresa ainda viu novas saídas líquidas de ativos de 3,2 bilhões de dólares em sua divisão Ásia-Pacífico ligadas à desalavancagem de clientes ricos, bem como medidas de redução de risco.

O banco ainda experimentou saídas substanciais de recursos ligadas ao rompimento dos laços com o SoftBank e seu fundador Masayoshi Son, disse uma fonte familiarizada com o assunto à Reuters, após uma disputa sobre os fundos vinculados à Greensill.

Em todo o banco, os ativos sob gestão subiram 7%, para 1,6 trilhão de francos suíços.