Economia

Credit Suisse eleva projeção para Selic a 10,5% e piora estimativas para PIB em 2021 e 2022

22 out 2021, 18:46 - atualizado em 22 out 2021, 18:46
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Para a alta dos preços ao consumidor, o Credit Suisse aumentou sua previsão a taxa de 9,1% em 2021, contra avanço de 8,7% previsto anteriormente (Imagem: Pixabay/Alexas_Fotos)

A recente deterioração da credibilidade fiscal do Brasil levou o Credit Suisse a projetar a taxa Selic em 10,5% ao ano em maio do ano que vem, com o banco também elevando suas estimativas para a alta do IPCA e rebaixando a conta para o crescimento econômico do Brasil em 2021 e 2022.

O credor suíço espera agora que a economia brasileira cresça 5,0% este ano, contra projeção anterior de 5,3%. Para 2022, a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) suba apenas 0,6%, ante 1,1% estimados previamente.

Para a alta dos preços ao consumidor, o Credit Suisse aumentou sua previsão a taxa de 9,1% em 2021, contra avanço de 8,7% previsto anteriormente. Para 2022, a expectativa é de que o IPCA suba 5,5%, contra 5,2% anteriormente.

As projeções vieram acompanhadas de estimativas mais agressivas para o ciclo de aperto monetário doméstico. Segundo o credor privado, o Banco Central anunciará elevações de 125 pontos-base na taxa básica de juros em suas próximas duas reuniões, com mais uma alta de 100 pontos-base em fevereiro e outra de 75 pontos-base em março do ano que vem. Caso esse cenário se confirme, a Selic chegará a 10,5% em março.

As revisões vêm depois de o governo confirmar, nesta semana, intenção de contornar o teto de gastos para financiar o programa social que substituirá o Bolsa Família.

“A política fiscal mais ativa vai demandar uma política monetária mais apertada, tornando o cenário econômico mais desafiador, com juros mais altos, crescimento mais fraco do PIB, maior dívida bruta e inflação mais elevada”, afirmou o Credit Suisse em relatório assinado por Solange Srour, economista-chefe do banco no Brasil, e Lucas Vilela, economista.

O banco também alertou para possibilidade de rebaixamento dos “ratings” da dívida do Brasil por agências de classificação de risco, uma vez que o teto de gastos é visto por elas como “importante âncora fiscal”.

“Não existe almoço grátis”, afirmaram os especialistas do Credit Suisse.

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