Credit Suisse corta preço-alvo da Usiminas, devido às incertezas do coronavírus
O Credit Suisse revisou suas estimativas para a Usiminas (USIM5), a fim de incorporar o desempenho do quarto trimestre e os eventuais impactos da pandemia de coronavírus sobre a economia e a empresa. Embora mantenha a recomendação de outperform, o preço-alvo foi cortado de R$ 11,50 para R$ 9,50.
Pesaram, contra a empresa, a forte baixa da previsão de desempenho do setor de aços planos no Brasil em 2020 – material usado para fabricar automóveis e eletrodomésticos, entre outros.
Antes da pandemia, o Credit Suisse projetava um crescimento de 4% para o consumo interno de aços planos. Agora, a expectativa é de uma queda de 2%.
Exemplo chinês
Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, que assinam o relatório, reconhecem que é difícil prever a profundidade do impacto da pandemia no Brasil, mas notam que as montadoras já começam a dar férias coletivas.
Outra referência vem da China, onde a venda de automóveis despencou 80% em fevereiro – na comparação com igual mês de 2019.
Sem demanda, também não há espaço para aumentar os preços – o que poderia compensar parte da queda do volume físico de vendas.
Assim, a dupla do Credit Suisse não acredita em novas rodadas de reajuste das tabelas, e seu cenário conta apenas com as altas já realizadas – 5% no aço plano e 10% nas distribuidoras.
Apesar do corte do preço-alvo, o banco suíço mantém a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para a Usiminas.
O motivo é que as ações continuam “baratas” em relação à sua média histórica, quando se considera o múltiplo VE/Ebitda (valor da empresa dividido pela geração de caixa).
Atualmente, esse múltiplo é de 4,5 vezes para a Usiminas. Na média histórica, contudo, varia entre 6 e 6,5 vezes.