Credit Suisse alerta para chegada de uma nova recessão nos EUA (mas não agora)

Os mercados de títulos e ações nos Estados Unidos têm enviado sinais mistos sobre a economia americana nos últimos dias. Para o diretor global de investimentos do Credit Suisse, Michael Strobaek, vale mais a pena observar o mercado de títulos para prever o que está por vir.

Na última semana, o rendimento sobre os bônus de 10 anos do Tesouro americano caiu abaixo do papel de três meses pela primeira vez desde 2007. O cenário é chamado pelos investidores como uma “curva de rendimento invertida” e visto como um indicador precoce de uma recessão.

“Eu acredito mais na previsibilidade do mercado de títulos. E eles estão sinalizando uma combinação de inflação muito menor e/ou crescimento mais baixo da economia”, afirmou Strobaek em entrevista à rede americana CNBC.

Inversão de Treasuries é por queda de prêmio e não indica recessão, diz Wells Fargo

“Estamos caminhando realmente para uma desaceleração e recessão”, revelou o executivo, esclarecendo que “pode não ocorrer agora, mas talvez em dois ou três anos”.

Na visão de Strobaek, a projeção significa que o mercado de ações poderá experimentar uma “correção real” nos próximos dois anos. Até lá, o Credit Suisse ainda buscará oportunidades para comprar ações.

“Uma boa correção, do tipo pequena, será com certeza um gatilho. Outra seria ver a Europa se estabilizar ou a China reacelerar… Tudo isso pode ser bom para um segundo tempo. Estamos esperando pacientemente por esse momento”, concluiu.