Credit Suisse: A trajetória de escândalos do banco que resultou na venda para o UBS
Neste final de semana, o Credit Suisse fechou o acordo da sua venda para o UBS, banco suíço rival, por US$ 3,2 bilhões.
O preço da compra é menor do que a metade do valor de mercado do banco no fechamento da última sexta-feira (17), quando a instituição valia 7,4 bilhões de francos suíços, segundo a Bloomberg.
O destino do Credit Suisse se deu em um contexto de crise do sistema bancário global, que começou com a quebra do SVB e do Signature Bank, ambos norte-americanos.
Mas o protagonismo do banco suíço começou na última semana, quando as ações alcançaram as mínimas históricas, após o Saudi National Bank (SNB), principal acionista do Credit Suisse, descartar um novo aporte financeiro na instituição.
A notícia foi potencializada por uma série de escândalos em que o banco esteve envolvido nos últimos anos, que mancharam a sua credibilidade e geraram uma crise de confiabilidade na instituição financeira.
O Money Times preparou uma linha do tempo com as principais polêmicas envolvendo o Credit Suisse nos últimos anos. Confira:
2008
O Credit Suisse sofre um baque com a crise financeira do subprime nos Estados Unidos, mas diferentemente do seu rival, o UBS, ele não precisa de um resgate estatal para sobreviver à crise.
2011
Urs Rohner chega à presidência do banco, cargo que ocuparia até 2021, e investe nas instituições financeiras Archegos e Greensil.
2018
A Finma, reguladora do mercado na Suíça, critica as falhas do Credit Suisse no processo de combate à lavagem de dinheiro no caso da Fifa e das petroleiras PDVSA, venezuelana, e Petrobras, brasileira.
2020
Em fevereiro, um problema envolvendo as operações secretas de vigilância do banco leva à saída do CEO no período, Tijidane Thiam, que é substituído por Thomas Gottstein.
Em março, o fundo de investimento Archegos quebra, deixando o Credit Suisse com uma perda de US$ 5,5 bilhões.
No mesmo mês, o banco congela US$ 10 bilhões em fundos de financiamento ligados ao Greensil Capital, financiador britânico.
2021
O banco suíço acumula perdas de US$ 15 bilhões relacionadas aos colapsos das instituições financeiras Archegos e Greensil.
O presidente da companhia, Antonio Horta-Osorio, renuncia ao cargo após menos de nove meses no cargo, após quebrar as regras da quarentena de Covid-19, ele é substituído por Alex Lehmann.
2022
Em julho, o banco substitui Thomas Gottstein por Ulrich Koerner como CEO da empresa e anuncia um plano de reestruturação estratégica.
Em outubro, mais detalhes sobre a reestruturação são divulgados e o Credit anuncia um corte de 15% das suas despesas, a demissão de 9 mil funcionários (17% da sua força de trabalho global) e um aumento de capital de US$ 4 bilhões.
*Com informações de agência Reuters