Crédit Agricole passa a apostar a favor do real contra o euro por estar construtivo com Brasil
A performance mais fraca do real neste começo de ano está chegando ao limite, e uma virada e alguma recuperação são esperadas para os próximos meses, disse nesta quarta-feira Italo Lombardi, estrategista sênior para mercados emergentes do Crédit Agricole em Nova York, que passou a apostar a favor da divisa brasileira via opções contra euro.
A escolha por posição contra a moeda se deu porque, na avaliação do estrategista, a taxa de câmbio euro/real está mais “esticada” do que a de dólar/real.
Lombardi recomendou compra de opções de venda (put) de três meses de euro/real com preço de exercício (strike) em 4,620 reais por euro e barreira em 4,400 reais por euro.
O euro subiu 3,73% ante o real neste ano até o fechamento da véspera. Nesta quarta, a moeda europeia cedia 0,64%, a 4,6380 reais.
Lombardi diz que entende os motivos pelos quais o real tem ficado atrás de seus pares –a moeda não é mais atraente em termos de “carry trade”, a economia do Brasil ainda não mostrou sinais de recuperação, o “hedge” corporativo está mais barato e as empresas brasileiras têm feito mais emissões locais, o que enfraquece típicas entradas de recursos deste período.
Mas ele se mantém “construtivo” com a história do Brasil. “Acreditamos que a maioria desses fatores deve se reverter, pois o BC provavelmente vai concluir seu ciclo de corte de juros, os números econômicos estão inclinados a melhora e os fatores sazonais associados a emissão e ‘hedge’ devem estar perto do fim.”