CPMI do 8/1 torna-se cada vez mais investigação da “arquitetura golpista”, diz líder de Lula após mensagens de coronel
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta segunda-feira que a CPMI dos atos de 8 de janeiro deve se debruçar sobre a mais recente revelação de mensagens que envolvem o coronel do Exército Elcio Franco, que ocupou altos cargos no governo Bolsonaro, com uma suposta trama golpista.
Obtidas pela CNN Brasil a partir de inquérito da Polícia Federal contra o tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, as mensagens de áudio mostram Franco conversando com o ex-major Ailton Barros sobre suposta trama para um golpe de Estado após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleição do ano passado.
Barros e Cid foram presos pela Polícia Federal na semana passada.
Franco, que foi secretário-executivo do Ministério da Saúde e assessor especial da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, conversa com Barros sobre a resistência do comandante do Exército à época, Freire Gomes, de participar da trama para um golpe, de acordo com transcrições de áudios divulgadas nesta segunda.
O senador Randolfe Rodrigues disse em vídeo divulgado por sua assessoria nesta segunda-feira que as mensagens “trazem um outro personagem envolvido na arquitetura golpista” após a derrota de Bolsonaro para Lula.
“É incrível como temos personagens do entorno do ex-presidente da República que se envolveram na tentativa golpista: coronel Élcio Franco, coronel Cid e outros”, afirmou.
“É ingenuidade, desconhecimento ou culpabilidade que tinha o ex-presidente Jair Bolsonaro?”, questionou o líder do governo.
“Será um dos elementos da investigação da CPMI do 8 de janeiro, que cada vez mais se transforma na CPMI da arquitetura golpista”, acrescentou Randolfe.
O Congresso Nacional criou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos de 8 de janeiro, em que manifestantes contrários à vitória eleitoral e posse de Lula invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.