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CPI remarca depoimento de diretora da Precisa para quarta-feira após dia de espera

13 jul 2021, 20:59 - atualizado em 13 jul 2021, 20:59
Emanuela Medrades
Não existiu irregularidades”, sustentou a depoente. “Eu estou exausta, ok? Estou psicologicamente, fisicamente exausta e estou querendo colaborar (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A CPI da Covid irá ouvir na quarta-feira a diretora-executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, após um dia inteiro de espera por uma posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os limites de habeas corpus parcialmente obtido pela depoente.

A oitiva de Emanuela estava prevista para a manhã desta terça-feira, mas, munida do habeas corpus parcial concedido pelo STF, ela se recusou a assumir compromisso de dizer a verdade e até mesmo a responder qual relação profissional mantém com a empresa.

Diante do impasse, o caso foi levado ao STF para esclarecer os limites do habeas corpus e se a depoente poderia se recusar a responder questionamentos que não impliquem em produção de provas contra si mesma.

A defesa da diretora também buscou a Corte, que, em decisão no início da noite desta terça, acolheu parcialmente os dois embargos, estabelecendo que caberá a Emanuela decidir se uma pergunta tem resposta que possa autoincriminar, ao mesmo tempo em que a CPI poderá avaliar se ela estará abusando desse direito, confirmando que a comissão tem os instrumentos necessários para tomar providências.

Após diversas horas de suspensão, o depoimento foi retomado à noite. Emanuela chegou a responder a primeira pergunta, sobre o cargo que ocupa na empresa, mas em seguida, passou a alegar exaustão e pediu o adiamento de seu depoimento, comprometendo-se a colaborar na quarta-feira.

“Não existiu irregularidades”, sustentou a depoente. “Eu estou exausta, ok? Estou psicologicamente, fisicamente exausta e estou querendo colaborar.”

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), e o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), afirmaram que os senadores tomariam o cuidado de não fazer perguntas que a comprometessem. Outros senadores chegaram a sugerir que a diretora da Precisa parasse para tomar um café ou fazer uma refeição.

Outros lembraram que a exaustão não era abarcada pelo habeas corpus e não poderia ser utilizada como argumento para não responder as perguntas.

Ainda assim, Aziz decidiu que o depoimento de Emanuela ocorrerá na manhã da quarta e encerrou a sessão.

Antes dessa reviravolta, o calendário da CPI previa que os senadores ouvissem na quarta-feira o empresário Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa Medicamentos.

Agora, segundo Aziz, os dois serão ouvidos na quarta.

A Precisa, representante no Brasil do laboratório indiano Bharat Biotech, que fabrica a vacina contra Covid-19 Covaxin, é peça-chave nas investigações da CPI sobre suspeita de irregularidades nas tratativas para a aquisição desse imunizante pelo Ministério da Saúde.

Originalmente, a CPI ouviria na quarta-feira o reverendo Amilton Gomes, que, no entanto, apresentou um atestado médico para justificar sua ausência e foi submetido a avaliação de junta médica do Senado Federal que confirmou sua incapacidade de comparecer.

Presidente de uma ONG, a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), o religioso teria recebido autorização para atuar em nome do Ministério da Saúde na negociação de 400 milhões de doses da vacinas, segundo reportagem da TV Globo.

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