Política

CPI do BNDES ouve ex-diretor do banco e ex-ministro de Desenvolvimento

21 maio 2019, 10:28 - atualizado em 21 maio 2019, 10:28
BNDES
O objetivo da CPI do BNDES é investigar contratos firmados pelo banco de fomento entre 2003 e 2015, com ênfase nos acordos internacionais

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES ouve hoje o ex-diretor do banco Marcelo de Siqueira Freitas  – atualmente assessor especial do Ministério da Economia – e o então ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma, Mauro Borges Lemos.

A audiência foi sugerida pelo relator da comissão, deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), e pelo deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).

O objetivo da CPI do BNDES é investigar contratos firmados pelo banco de fomento entre 2003 e 2015, com ênfase nos acordos internacionais. São projetos em países como Gana, Guiné Equatorial, Venezuela, República Dominicana e Cuba. Empreiteiras brasileiras obtiveram financiamento para obras no exterior. A justificativa para o investimento seriam contrapartidas que colaborassem para o desenvolvimento econômico e social do País.

Depoimentos anteriores

A CPI já ouviu o ex-secretário-adjunto de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda Rodrigo Toledo Cota, que atribuiu a ex-ministros de governos petistas a decisão sobre empréstimos do banco com “cunho político”; e o empresário Mário Celso Lopes, ex-sócio de Joesley e Wesley Batista no grupo de investimentos J&F, que negou envolvimento em quaisquer irregularidades.

Os deputados também ouviram o ex-gerente de risco da Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE) Rubens Benevides Férrer Neto sobre a análise de risco do crédito para basear financiamentos do banco, o procurador da República do Distrito Federal, Ivan Cláudio Garcia Marx, e dois ex-diretores do BNDES: Luciano Coutinho e Paulo Rabello.

Os deputados ouviram Paulo Rabello, Luciano Coutinho, entre outros (Antonio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

Marx disse aos parlamentares que a internacionalização dos contratos do banco é justamente o que facilita os atos ilícitos e dificulta as investigações por parte das autoridades brasileiras.

Luciano Coutinho negou favorecimentos a qualquer empresa e refutou interferências políticas dos ex-presidentes da República Lula e Dilma Rousseff nas operações de crédito do banco estatal.

Já Paulo Rabello disse aos deputados que duas comissões de apuração internas foram feitas no banco estatal sobre possíveis irregularidades nas operações de crédito internacionais com as empresas JBS e Odebrecht. Segundo ele, os resultados foram encaminhados à Polícia Federal e ao Tribunal de Contas da União (TCU).

O colegiado, que é presidido pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), reúne-se às 14h30, plenário 7.

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