Política

CPI deve fazer acareação entre Emanuela Medrades e Luis Ricardo Miranda

14 jul 2021, 13:47 - atualizado em 14 jul 2021, 13:47
CPI da Covid
Plenário da CPI durante o depoimento de Emanuela Medrades, nesta quarta-feira (Imagem: Agência Senado)

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), e outros senadores do colegiado vão pedir a acareação entre a diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, e o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado Luis Miranda (DEM-DF).

Durante seu depoimento à CPI, nesta quarta-feira (14), Emanuela desafiou Luis Ricardo a provar que ela teria enviado invoice (nota fiscal em negociações internacionais) à pasta no dia 18 de março. A diretora disse que a invoice foi enviada quatro dias depois, em 22 de março.

A data exata do envio do documento é considerada importante porque a reunião de Luis Ricardo e de seu irmão com o presidente Jair Bolsonaro ocorreu no dia 20 de março. No encontro com Bolsonaro os dois teriam relatado supostas irregularidades nas negociações da compra da vacina Covaxin,

A Precisa intermediou as negociações com a Bharat Biotech, produtora da Covaxin. De acordo com o líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), se ficar provado que a invoice foi enviada em 22 de março, “cai por terra a narrativa de prevaricação por parte do presidente da República”.

Em resposta ao relator, Renan Calheiros (MDB-PE), Emanuela disse que Luis Ricardo e William Santana, consultor técnico do ministério, não têm como provar o acesso ao invoice em 18 de março, como afirmaram à CPI.

— Provei e provo, mais uma vez, que essa invoice só foi enviada no dia 22. Desafio William Santana e Luis Ricardo a provarem que receberam no dia 18, porque eles não vão conseguir. Estou disposta inclusive a fazer uma acareação junto com as informações que eles passaram e com os fatos, se é que eles as têm — disse.

Vídeo

Após a fala, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou vídeo de audiência pública recente do Senado em que a diretora disse ter enviado a documentação ao ministério no dia 18. Ela acrescentou que a pasta estava “supersolícita” à Precisa. Na resposta, Manuela alegou ter criado um link dropbox (arquivo em nuvem de documentação em grande quantidade) no dia 18, mas a invoice teria sido enviada só no dia 22.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AP), garantiu que a acareação entre Luis Ricardo, Manuela e Santana ocorrerá “com certeza absoluta”, sem adiantar a data. Simone Tebet (MDB-MS) também apoiou a acareação e disse estar convencida que o contrato com a Covaxin foi fraudulento. A acareação também teve o apoio de Renan, Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Braga (MDB-AM).

Para Braga, as rápidas mudanças nos valores e prazos na negociação com a Bharat Biotech precisam de investigações mais profundas. Renan também avalia que a acareação poderá esclarecer algumas questões.

— Documentos mostram que a Precisa não aceitou todas as condições do ministério, como a depoente nos disse aqui pra justificar a rapidez nesta negociação. Também há farta documentação dando conta do esforço diplomático em torno da compra dessas vacinas, o que também contradiz o que ela nos relata aqui — disse Renan.

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