CPI da Covid convoca Osmar Terra, auditor do TCU e quebra sigilo de documentos
A CPI da Covid no Senado aprovou nesta quarta-feira a convocação de mais sete depoentes, incluindo o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), visto como um dos principais conselheiros do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia de Covid-19, e do servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques.
Marques, que é auditor do TCU, é o autor de um relatório que indicaria uma suposta supernotificação de mortes por Covid-19 no país.
O texto chegou às mãos do presidente Jair Bolsonaro, mesmo tendo sido rejeitado pelo TCU, e foi usado pelo presidente para, novamente, questionar o número de mortes no país.
Os senadores aprovaram ainda a retirada do sigilo de documentos enviados à CPI o que, segundo o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), estava atrapalhando os trabalhos da CPI.
“Estão mandando todos os documentos como se fossem sigilosos. Vamos fazer uma quebra hoje. Não tem documento sigiloso”, disse. “Tem documentos que estão no Portal da Transparência que a Secom mandou para cá como sigiloso. Então vamos acabar com esse negócio. A pessoa quando mandar um documento sigiloso para cá tem que dizer por que, qual a razão para ser sigiloso. Se não vier, nós vamos abrir.”
A CPI aprovou ainda a convocação da diretora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Francieli Fancinato, e de Felipe Cruz Pedri, secretário de comunicação institucional da Presidência, mas rejeitou o requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) que pretendia convocar o diretor da Polícia Federal, Paulo Maiurino.
Um bloco de requerimentos de quebra de sigilo telefônico e telemático –de e-mails e comunicações digitais– de diversos pessoas, incluindo o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e a secretária de gestão do trabalho do ministério, Mayra Pinheiro, teve a votação adiada para amanhã a pedido do líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PE).
Também estão nessa lista o advogado Zoser Hardman de Araújo, que trabalhou com Pazuello no ministério, e o médico Luciano Dias de Azevedo, que seria um dos conselheiros do presidente Jair Bolsonaro sobre o chamado “tratamento precoce” contra a Covid.
Foi aprovado ainda um requerimento pedindo às empresas aéreas Gol, Latam e Azul para que informem registros de voos a Brasília da médica Nise Yamaguchi e seus irmãos Greici Yamaguchi e Charles Takahito. A médica é vista também como uma das conselheiras de Bolsonaro em relação ao uso do chamado tratamento precoce da Covid-19, que não tem comprovação científica.