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CPI aponta contradições em falas de presidente de garantidora da Precisa em negociação da Covaxin

25 ago 2021, 19:30 - atualizado em 25 ago 2021, 19:30
O cidadão também não conseguiu acesso a seguro-desemprego por conta do uso de seu nome pela empresa (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Senadores da CPI da Covid identificam uma série de contradições no depoimento de Roberto Pereira Ramos Júnior, presidente de empresa que atuou como garantidora da Precisa Medicamentos na negociação para compra da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin.

Relatório preparado pela equipe do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Renan Calheiros (MDB-AL), aponta o fato de a empresa presidida por Ramos, o Fib Bank, não se constituir como uma instituição bancária, algo que contraria exigências da legislação brasileira.

Outra divergência apontada por senadores diz respeito à composição societária da empresa, que teria utilizado ilegalmente o nome de uma pessoa sem a sua autorização.

O cidadão, que teve nome e assinatura fraudados e incluídos em procurações e documentos forjados, só descobriu que era sócio da empresa ao tentar financiar uma moto em 2015, e ter o crédito negado, segundo a CPI.

O cidadão também não conseguiu acesso a seguro-desemprego por conta do uso de seu nome pela empresa.

Outro ponto pinçado pelos senadores diz respeito a um possível sócio oculto. As suspeitas recaem sobre o advogado Marcos Tolentino, próximo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Toletino, inclusive, acompanhou o líder quando prestou depoimento à CPI.

“Atenção: tudo indica à CPI que Marcos Tolentino é o verdadeiro sócio majoritário do Fib Bank, até agora oculto ou ‘laranja'”, diz a síntese preparada pela relatoria da CPI.