CPFE3, ENGI11, EQTL3, CPLE6: O alívio que fez as elétricas dispararem na Bolsa
As ações das elétricas são destaque de alta na sessão desta sexta-feira após o Ministério de Minas e Energia definir algumas diretrizes para tratar da renovação das concessões de distribuição de energia que vencem entre 2025 e 2031.
Por volta das 15h51, as ações da CPFL (CPFE3) subiam 7,03%, Energisa (ENGI11) tinha alta de 5,83%, Equatorial (EQTL3) valorizava 5% e Copel (CPFL6) subia 4,56%.
O documento apresentou um panorama do cenário regulatório recente sobre o tema e apresentou uma proposta ampla para os prazos de renovação das concessões.
Como o processo de renovação dos contratos não prevê novas licitações ou pagamentos de bônus de outorga, o governo sugeriu investigar se as concessões atuais possuem “excedentes econômicos” que poderiam ser transferidos aos consumidores, como forma de beneficiá-los.
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Para a Ativa Investimentos, em que pese as ações do setor estarem entre as principais altas do dia, repercutindo, “ao nosso ver, a não constatação de medidas mais severas, como uma forte necessidade de desembolso de caixa no d0 para o pagamento de eventuais renovações, consideramos que o texto ainda deixa algumas dúvidas sobre o cálculo do valor a ser desembolsado necessário para que as renovações sejam de fato efetivadas”.
“De maneira geral, acreditamos que o mercado irá absorver as informações da nota técnica ao longo do período de consulta pública, quando algumas respostas devem começar a ficar mais límpidas”, coloca.
Segundo a corretora, as medidas são neutras. Os analistas avaliam que os ativos estão reagindo positivamente em função da constatação que não haverão medidas mais restritivas em discussão.
“Acreditamos que o texto poderá sofrer alterações ao longo dos próximos trinta dias, o que deve trazer maior volatilidade aos ativos do setor”, coloca.
Segundo o JP Morgan, o mercado já esperava que o processo acabasse impondo algum custo, então a proposta de captura do “excesso econômico” não deve surgir como uma surpresa.
“A expectativa é que após o período de contribuição (na consulta pública), as regras finais acabarão sendo mais benignas. E, por não serem disruptivas, podem levar à redução de risco das ações de empresas de distribuição/integradas”, avaliou o banco.
A associação das distribuidoras Abradee também avaliou, em uma primeira leitura, que as regras propostas não trouxeram nenhuma grande mudança em relação ao modelo que é praticado hoje, o que foi considerado como positivo.
Segundo o presidente da Abradee, Marcos Madureira, as distribuidoras não têm ganhos adicionais e que sejam excedentes, uma vez que a própria regulação já estabelece uma avaliação periódica disso, assegurando que eventuais ganhos sejam revertidos aos consumidores via revisões tarifárias.
“Vamos procurar demonstrar isso (na contribuição à consulta pública)”, disse Madureira.
Com Reuters