Internacional

‘Covidpreneurs’ disputam mercado de produtos médicos no México

28 jul 2020, 7:19 - atualizado em 28 jul 2020, 7:19
Bandeira do México
No México, onde a regulamentação do governo não é para os fracos, a maioria evita os canais oficiais, oferecendo seus produtos em redes sociais, nas estações de metrô, nas papelarias e até mesmo no porta a porta (Imagem: Pixabay)

Com milhões de mexicanos desempregados devido à Covid-19, alguns aproveitam a pandemia para fazer negócio com equipamentos médicos e outros produtos. Apesar de solucionar a escassez, também têm causado picos de preços e caos no fornecimento.

Como em muitos países, esses empreendedores – alguns se autodenominam “covidpreneurs”, num trocadilho com a palavra em inglês “entrepreneurs”, ou empreendedores – compram e vendem de tudo, desde máscaras cirúrgicas a bolsas para cadáveres.

No México, onde a regulamentação do governo não é para os fracos, a maioria evita os canais oficiais, oferecendo seus produtos em redes sociais, nas estações de metrô, nas papelarias e até mesmo no porta a porta.

Os negócios estão em expansão, e profissionais de saúde elogiam os fornecedores, mas também os culpam pelo aumento de preços e por algumas negociações desonestas.

ara aqueles dispostos a entrar no mercado altamente volátil, existem oportunidades reais, além de decepções reais.

Antes do coronavírus, Noemi Cardenas administrava um spa. Cercada repentinamente pela doença, decidiu deixar de cuidar dos saudáveis para enterrar os mortos.

Agiu rapidamente e pensou que teria encomendas para cerca de 2 milhões de bolsas para cadáveres. Mas tinha concorrência. No final, vendeu apenas 2 mil bolsas e agora se concentra em máscaras, termômetros e luvas.

Luis Enrique Badillo dirige a Gmed International, uma empresa de suprimentos médicos que atuava no mercado muito antes da pandemia. Em março, ele enfrentava concorrentes de setores improváveis, incluindo muitas pessoas das quais nunca tinha ouvido falar.

À medida que os casos atingiram o pico na Europa e nos EUA, as cadeias de suprimentos internacionais e domésticas se fecharam para hospitais mexicanos, disse. Vários comerciantes começaram a oferecer produtos de proteção de fornecedores internacionais. O telefone de Badillo tocava constantemente.

Entre as necessidades estavam batas médicas, óculos e máscaras, termômetros e kits de teste Covid. No início de junho, com cerca de 12 milhões de desempregados, o México começou a reabrir.

Isso criou demanda por um conjunto diferente de produtos, necessários no mundo para conviver com a Covid, como caixas especiais que emitem luz ultravioleta para higienizar chaves, carteiras e celulares, e sinais com instruções sobre distanciamento e uso de máscaras, disse Enrique Zenil, que vende esses e outros equipamentos de proteção a empresas.

“Todo mundo que teve seus negócios interrompidos devido à Covid-19 está tentando vender alguma coisa”, disse.

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