Covid-19: Veja o que fazer com seus investimentos em renda fixa com a nova variante
A nova variante da Covid-19, batizada hoje pela OMS de Omicron (B.1.1.529), surgiu na África do Sul nesta semana e já chegou à Europa e à Ásia. A apreensão de cientistas e investidores é que ela supere seja mais resistente às atuais vacinas e acarrete um um novo fechamento da economia.
Os temores pressionam os mercados de todo o mundo. As principais bolsas de valores operam com quedas expressivas, mas os ativos de renda fixa também estão recuando nesta sexta-feira (26). Perto das 17h25, os contratos futuros de DI com vencimento entre fevereiro de 2021 e dezembro de 2031 caíam entre 0,002% e 0,215%.
Na prática, o movimento reflete a avaliação do mercado de que, ao forçar o fechamento da economia, a variante Omicron pode levar o Banco Central a pegar leve com a Selic. E como ficam os investidores pessoa física nisso tudo?
Para o CEO da Planner, Alan Gandelman, o melhor a se fazer na renda fixa é procurar títulos vinculados ao CDI no pós-fixado, tendo em vista que, mesmo com a nova variante, a expectativa para o Brasil é de manutenção da alta da taxa de juros, mesmo com um ritmo mais lento. Ele não descarta, também, que a Selic estacione em 10% ao ano.
Ganha da inflação é o que importa
“O importante, no próximo ano, é ter uma lucratividade maior do que a da inflação, que deve ficar em 6%, ou seja, a forma de superar essa marca é com os títulos vinculados aos juros, que agora em dezembro já vão subir para 9,25% e com tendência alta no próximo ano”, disse Gandelman ao Money Times.
O analista não vê possibilidade de os juros caírem no curto e médio prazos, pois, mesmo com essa nova variante, a probabilidade de uma nova catástrofe econômica é muito baixa.
“Não vejo que será como em 2020, com os juros a 2%, pois naquela época não sabíamos direito como era a Covid-19, não tínhamos nenhuma vacina. A Pfizer, por exemplo, acabou de dizer que fará uma nova vacina para essa variante em 100 dias, algo que demorou quase um ano para a atual”, comenta.
Por outro lado, caso o investidor queria comprar um título de longo prazo, o ideal seria um ativo pré-fixado, porque, se, ao longo dos anos, a economia brasileira “se ajeitar”, a tendência seria de uma queda dos juros e se o investidor está com as taxas atuais, a rentabilidade atual compensaria.