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Hapvida (HAPV3) fecha 4T23 com sinistralidade abaixo de 70% e dá spoiler sobre dividendos

28 mar 2024, 23:24 - atualizado em 28 mar 2024, 23:40
hapvida dividendos
Hapvida (HAPV3) apresenta sinistralidade abaixo de 70% pela primeira vez, desde a fusão com a NotreDame Intermédica (Imagem: Divulgação)

Hapvida (HAPV3) reportou seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2023 (4T23), com destaque para a queda na taxa de sinistralidade caixa, que passou de 72,9% no 4T22 para 69,3% agora.

A taxa abaixo de 70% pode ser bem-recebida pelos analistas. Quando os números do 3T23 foram divulgados, a sinistralidade em 71,9% desagradou o mercado, que esperava que a Hapvida desse sinais claros de trabalhar para que o indicador voltasse para a faixa de 68% (nível pré-Covid) já no terceiro trimestre de 2024.

A frustração com a sinistralidade, na ocasião, foi um dos fatores que fizeram com que as ações da empresa tombassem mais de 15% neste ano, na comparação com o último pregão do ano passado.

“Estamos muito felizes de reportar pela primeira vez, pós-combinação de negócios, uma sinistralidade abaixo de 70%, uma queda superior que a sazonalidade para esse período indicaria”, afirmou Luccas Adib, diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores ao Money Times.

“Isso reflete uma mudança de paradigma da companhia entre o 1T e o 2T, muito fruto da nossa estratégia de reajuste de planos que promovemos ao longo de 2023”, acrescentou Adib.

A operadora de planos de saúde também divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 330,5 milhões no quatro trimestre, marcando um crescimento de 104,8% sobre os R$ 161,4 milhões do mesmo período de 2022. No acumulado de 2023, o lucro ajustado alcançou R$ 842,6 milhões, com alta de 38,3% sobre o ano retrasado.

O ebitda ajustado, importante referência de geração de caixa, cresceu 58,6% entre o 4T22 e o 4T23, para R$ 949,7 milhões. No acumulado do ano, a alta foi de 47,6% sobre 2022, somando R$ 2,9 bilhões.

Integração na Hapvida e controle de custos

Guilherme Nahus, diretor de RI da Hapvida, destacou que a empresa já colhe os frutos da fusão com a NotreDame, e ressaltou que a verticalização e fortalecimento da rede própria ajudou a empresa a controlar melhor seus custos.

“Mesmo em um ano desafiador para nós e o setor como um todo, nós investimos muito tempo e recurso em desalavancagem, passando por um período de preservação de caixa, e mesmo nesse cenário, nós continuamos investindo na nossa infraestrutura como fazemos há vários anos, o que permitiu que as nossas taxas de verticalização crescessem para todos os nossos serviços. Isso ajuda a reduzir ou controlar a sinistralidade, ainda que não seja uma relação diretamente proporcional. Trazer os custos para ‘dentro de casa’ nos ajuda a ter um melhor controle de custo”, disse Nahus ao Money Times.

Para 2024 e 2025, o diretor de RI da empresa ressalta que esse processo de integração das empresas adquiridas continua, assim como o aumento da infraestrutura própria.

Ao longo do ano, foram adicionadas 17 unidades provenientes da aquisição da HB Saúde e 32 novas unidades distribuídas por todo o Brasil, incluindo 3 novos hospitais em regiões-chave.

“Isso vai nos ajudar a continuar trazendo o máximo destes serviços de saúde para dentro de casa, para controlar o custo e principalmente a qualidade do serviço para os beneficiários. Quanto a inflação médica, tivemos reajustes um pouco mais altos do que o histórico em 2023,  também por uma inflação médica do setor mais alta que o histórico, mas, no relativo, quando comparamos os índices de reajustes que precisamos passar, foi algo menor que os nossos concorrentes”, completa Nahus.

Aumento do ticket médio e pagamento de dividendos

Em relação ao ticket médio da empresa, houve um incremento de 10,8%, que passou de R$ 231,60 no 4T22 para R$ 256,50 no 4T23. Nahus destaca que esse aumento esteve atrelado a um reajuste dos contratos existentes, bem como a fatores como o mix de novas vendas e de cancelamentos.

“Tivemos novos beneficiários, que entraram num ticket médio menor que o estoque, praticando preços que caibam no bolso do brasileiro, algo que fizemos em 2023. E o cancelamento no ano passado ficou concentrado em planos com ticket médio mais alto. Quando você olha a entrada de ticket menores, mas que implicitamente contam com margens melhores, que é algo que buscamos, com produtos mais integrados, que priorizam a nossa rede própria, e os planos mais altos que foram cancelados, estavam mais atrelados à rede credenciada, com margens mais apertadas. Sendo assim, há a substituição por tickets menores, mas com melhores margens”, analisa.

Por fim, quanto ao pagamento de dividendos, Adib ressalta que a Hapvida se concentrou na preservação de caixa ao longo de 2023. Segundo o release de resultados, a companhia encerrou dezembro com R$ 7,889 bilhões em caixa, equivalentes e aplicações financeiras, quase 11% mais que no 3T23.

Com isso, a dívida líquida baixou 3,2% na mesma comparação, para R$ 4,795 bilhões. A relação dívida líquida/ ebitda caiu de 1,58x para 1,38x entre setembro e dezembro.

“Temos um compromisso importante com verticalização em 2024, para realizarmos um Capex importante de qualificação da nossa rede, e lucro da companhia acaba sendo tratado para amortização contábil das nossas operações ao longo dos últimos anos. Com isso, não temos a expectativa de distribuir dividendos esse ano, e nem para o exercício base 2023”, conclui.

Veja o release de resultados do 4T23, divulgado pela Hapvida nesta quinta-feira (28):

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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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