Cosan vê maior dificuldade para algumas empresas do setor sucroenergético
O conglomerado de energia e logística Cosan (CSAN3) espera um aumento das dificuldades financeiras para algumas empresas do setor de açúcar e etanol, uma vez que a demanda pelo biocombustível caiu e os preços do adoçante estão perto de uma mínima de 12 anos.
O presidente-executivo da Cosan, Luis Henrique Guimarães, disse durante uma teleconferência com analistas e investidores nesta quinta-feira que é provável que oportunidades de aquisições surjam como resultado do atual cenário, mas acrescentou que neste momento a empresa não está olhando para consolidação.
A Cosan é sócia da Shell na joint venture Raízen, a maior fabricante de açúcar do mundo e importante produtora de etanol. A Raízen é também uma das principais distribuidoras de combustíveis do Brasil, controlando unidades de bandeira Shell.
“Oportunidades vão surgir, uma vez que as empresas mais fortes são aquelas que vão sobreviver a essa situação. Nós não sabemos quais não vão conseguir, ainda é cedo para tomar posições”, afirmou Guimarães.
O CEO disse que a companhia está se concentrando em seus próprios negócios, e não observando possibilidades de fusões e aquisições.
Ele acrescentou que as vendas de combustíveis no Brasil tiveram uma recuperação nos últimos dias, depois de a demanda recuar cerca de 35% nas primeiras semanas de isolamento, em março, devido à pandemia de coronavírus.
Guimarães disse ainda que a Raízen já fixou preços para 80% de suas vendas de açúcar e 50% das vendas de etanol da nova safra brasileira, que teve início neste mês no centro-sul.
“É um ambiente difícil, especialmente para as empresas que não têm a disciplina para se proteger dos riscos.”
Ele afirmou também que os terminais portuários no Brasil estão operando normalmente, apesar das medidas tomadas pelos governos para conter a disseminação do coronavírus.