Cosan (CSAN3): Safra reduz preço-alvo por conta da diluição, mas vê aporte como estratégico

Apesar da diluição das ações da Cosan (CSAN3) ser a principal preocupação dos investidores nesta segunda-feira (22) — com as ações caindo 20% por volta das 14h30 —, o Safra enxerga o aporte de R$ 10 bilhões do BTG Pactual e da Perfin como estratégico para a companhia.
A movimentação reduzirá a dívida da holding em 57%, para R$ 7,5 bilhões. “A operação proporciona um alívio financeiro bem-vindo para que a empresa continue avaliando novas medidas para reduzir a alavancagem”, explicam os analistas Conrado Vegner e Vinícius Andrade.
Para eles, a redução quase imediata da dívida e a entrada de novos acionistas estratégicos não representará uma mudança na estratégia da companhia. A visão é de que a Cosan seguirá buscando diminuir seu nível de alavancagem.
O banco reduziu seu preço-alvo para as ações de R$ 15 para R$ 9, mantendo, contudo, a recomendação de outperform (compra). Os papéis da empresa negociam a R$ 5,97 nesta segunda.
Para a Raízen (RAIZ4), subsidiária que não receberá nenhum aporte com a operação, o preço-alvo foi mantido em R$ 2,90.
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O Safra ainda ressalta que o acordo traz parceiros experientes para a Cosan, que podem contribuir com expertise na gestão e no crescimento futuro da companhia.
Os detalhes da operação
A capitalização se dará através de dois follow-ons. O primeiro consiste em uma oferta base de 1,45 bilhão de ações, que será subscrita pelos investidores âncora, totalizando R$ 7,25 bilhões de aporte, a R$ 5 cada ação:
- BTG Holding: 900 milhões de ações
- Perfin: 400 milhões de ações
- Veículos da família Ometto: 150 milhões de ações
Haverá ainda um lote adicional de até 362,5 milhões de ações para ser oferecido ao público, totalizando até 1,8125 bilhão de ações. “Embora os acionistas atuais não tenham direito de preferência obrigatório nesta porção, a administração indicou que o processo de bookbuilding deve levar em conta a base histórica de acionistas da companhia”.
A segunda oferta ocorrerá imediatamente após a primeira, para que o número total de novas ações atinja dois bilhões – o tamanho dependerá da quantidade de ações adicionais subscritas na primeira.
O preço por ação será o mesmo da primeira oferta e acionistas da Cosan terão o direito de preferência com base na data de 19 de setembro. Não haverá lock-up nesta segunda fatia.