Cosan (CSAN3), Raízen (RAIZ4), Jalles (JALL3), São Martinho (SMTO3) e o resto escutam Lula hoje e lembram de Dilma ontem
A declaração do Lula de que em eventual governo seu não dolarizará os preços dos combustíveis, deve ter feito os detentores de posições de longo prazo em Cosan (CSAN3), Raízen (RAIZ4), Jalles Machado (JALL3) e São Martinho (SMTO3) – e em Petrobras (PETR4) evidentemente -, se mexerem nas cadeiras.
Além dos produtores de etanol, açúcar e cana.
Como não repassar para os derivados da estatal os preços pagos em dólares pelo petróleo ou gasolina importados é o mesmo que congelamento – ou alguma parecida como redução do spread, como gostaria de poder ter feito o presidente Jair Bolsonaro diante de várias declarações -, o mercado começa a se lembrar de Dilma Rousseff.
Talvez para não trazerem essa polêmica de volta ou porque não querem repercutir discursos de uma campanha presidencial que nem começou, nenhuma entidade procurada por Money Times quis fazer declarações. Unica, Novabio e Abag, entre elas. Na Udop, seu presidente, Amaury Pekelman, está em viagem.
Em seu governo, a presidente orientou a Petrobras a repassar menos os preços cheios do combustível importado e, depois, simplesmente exigiu o congelamento.
As usinas perderam mais de R$ 40 bilhões entre 2011 e 2014, com a pouca competitividade que o etanol obteve na bomba, diante da gasolina engessada, em dados estudados pela consultoria MacroSector.
Nessa conta não entra, ainda, que nesse período o açúcar não estava com preços remuneradores no mercado internacional, porque além da maior oferta brasileira chegando, compulsoriamente, a Índia acelerava sua política de subsídios.
Enquanto nesse cenário dezenas de usinas e destilarias foram fechadas ou entraram em recuperação judicial, com as últimas saindo agora dessa situação – menos a Renuka, multinacional indiana – a Petrobras também ia somando cerca de US$ 100 bilhões de prejuízos.
No momento, inclusive, que a própria crise do governo Dilma, com a estatal também no centro, fazia o dólar ficar mais alto e penalizar mais ainda as importações.