Cosan (CSAN3) confirma venda de fatia na Vale (VALE3); o que dizem Goldman e BTG Pactual
A Cosan (CSAN3) confirmou na manhã desta quinta-feira (16) a venda de sua fatia de 4,05% na Vale (VALE3), por cerca de R$ 9 bilhões, zerando sua posição na mineradora. O movimento ocorre em meio a um momento em que a holding de Rubens Ometto tenta reduzir sua alavancagem.
Em reação, as ações da companhia registraram alta. CSAN3 encerrou as negociações com avanço de 0,58%, a R$ 8,63, enquanto VALE3 subiu 0,13%, a R$ 52,67.
“A decisão da companhia se baseou exclusivamente no objetivo de otimizar sua estrutura de capital”, afirmou a Cosan, que vendeu 173.073.795 ações de emissão da Vale.
De acordo com o BTG Pactual, a Cosan gasta cerca de R$ 5 bilhões por ano em juros e despesas de holding. Com base nas estimativas do banco, os dividendos das subsidiárias em 2025 devem chegar a aproximadamente R$ 4,1 bilhões, deixando um déficit de cerca de R$ 900 milhões.
“Com a venda, as despesas com juros diminuem em cerca de R$ 1,3 bilhão por ano, mas a Cosan também perde cerca de R$ 900 milhões anualmente em dividendos da Vale. Isso resulta em um ganho líquido de aproximadamente R$ 400 milhões. Embora isso não cubra totalmente o déficit, certamente ajuda”, aponta Thiago Duarte.
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Para o BTG, a principal mensagem dessa movimentação fica por conta da Cosan reconhecer seu problema de estrutura de capital, com sua equipe de gestão focada na execução. O banco recomenda compra e preço-alvo de R$ 23 (potencial de 158,43%).
“Este é um sinal importante, reforçando o senso de urgência dentro da empresa. De certa forma, a racionalidade prevaleceu sobre a ambição de controlar a Vale, que é exatamente o que a empresa precisa. Esperamos mais medidas para reduzir a alavancagem daqui para frente. A ação está sendo negociada com quase 50% de desconto em relação ao SOTP de suas subsidiárias.”
A visão do Goldman para venda de fatia na Vale
Para o Goldman Sachs, a notícia deve ser bem recebida pelo mercado, embora não deva ser uma surpresa completa para os investidores. A recomendação para Cosan pelo banco é neutra, com preço-alvo de R$ 25,30 (potencial de alta de 185,23%).
“Como lembrete, a nova administração da Cosan reconheceu recentemente que vender a participação da Cosan na Vale poderia ser uma possibilidade para ajudar a holding a reduzir seu nível atual de endividamento para níveis mais adequados”, explica Bruno Amorim e equipe.
Para Vale, com muitas preocupações de baixo para cima sendo abordadas recentemente, como o acordo final do acidente da Samarco, renovação da concessão ferroviária, mudanças de CEO e liderança, melhoria operacional e entrega de projetos, os investidores têm se concentrado recentemente nas vendas potenciais de participação da Cosan como uma fonte de excesso.
“Com o preço das ações da Vale caindo 35% nos últimos 12 meses e em baixas de 8 anos, as notícias de hoje, se materializadas, podem reduzir um excesso nas ações. Temos uma classificação de compra (preço-alvo de R$ 95,11 e potencial de alta de 80,82%)”.
Veja os comunicados da Cosan