Cosan (CSAN3): O impacto da mudança no comando da holding e subsidiárias, segundo BTG e XP
A Cosan (CSAN3) promoveu mudanças no comando da holding e suas subsidiárias como a Raízen (RAIZ4), Rumo (RAIL3) e Compass, que serão efetivadas em 1° de novembro. Para o BTG Pactual, as alterações corroboram com visão mais cautelosa da Cosan sobre o caminho de desalavancagem e o estágio atual da empresa.
Os analistas reiteram compra (preço-alvo de R$ 23) para Cosan e Raízen (preço-alvo de R$ 7). Para Rumo, os analistas recomendam compra e preço-alvo de R$ 31.
“Marcelo Martins era CFO da Cosan há muito tempo. Portanto, sua promoção a CEO não é surpreendente e é um papel mais central para alguém fundamental na definição da estratégia de longo prazo e nas decisões de alocação de capital da Cosan”, apontam Pedro Soares, Thiago Duarte, Bruno Lima e Henrique Perez.
“A sua experiência financeira provavelmente ajudará a navegar no processo de desalavancagem em curso. Nelson Gomes, que recentemente se tornou CEO da Cosan, irá liderar a Raízen, o que é, em nossa opinião, um evento animador”.
Segundo os analistas, Nelson tem um forte estilo de liderança e excelentes habilidades de execução – exatamente o que a Raízen precisa neste momento, após um ciclo de investimentos significativo pós-IPO que deixou a alavancagem em níveis menos confortáveis.
“Nos últimos anos, descrevemos a Raízen como algo mais próximo da Shell e menos da Cosan. Congratulamos a companhia, portanto, mediante o maior alinhamento ao pragmatismo e à agilidade da Cosan. Estamos ansiosos para saber mais sobre se essa mudança poderá acelerar a tão necessária redução do ciclo de investimentos da Raízen no futuro”.
XP vê mudança como positiva para Raízen
Para os analistas da XP Investimentos, as mudanças anunciadas na Raízen (compra e preço-alvo de R$ 6) serão vistas de forma positiva pelos investidores e poderão reacender o interesse no caso de investimento da empresa.
“As ações da Raízen tiveram um desempenho significativamente negativo este ano, com uma queda de quase 30% no acumulado do ano, impulsionadas pelo ceticismo dos investidores em relação à tese do etanol de segunda geração (E2G) e pelas preocupações com a alavancagem”, explicam.
“Sendo assim, apesar de positiva, somos da opinião de que a nova equipe de gestão precisará estabelecer um novo histórico dentro da empresa e abordar efetivamente essas preocupações antes que os investidores se tornem mais otimistas em relação às ações.”
Quanto a Cosan (compra e preço-alvo de R$ 31,80) e Rumo (compra e preço-alvo de R$ 35), os analistas não enxergam nenhuma disrupção decorrente da mudança na administração.
“Embora a Compass ainda não tenha anunciado um novo CFO, acreditamos que a empresa tenha uma base sólida para escolher o sucessor de Machado. Como alternativa, acreditamos que a estrutura da empresa é capaz de suportar o novo CFO, caso a empresa opte por contratar um executivo externo. Também não prevemos uma interrupção significativa na Compass”.
Nesta terça-feira (22), as ações da Cosan fecharam em baixa de 0,34%, a R$ 11,69 no primeiro pregão após as mudanças. Raízen caiu 1,04% (R$ 2,85) e Rumo recuou 1,31% (R$ 18,90).