Cosan (CSAN3) cai mais de 7% após segunda oferta de ações captar R$1,43 bilhão
A Cosan (CSAN3) concluiu a segunda oferta pública de ações ordinárias, elevando em 287,5 milhões o total de papéis emitidos e captando R$ 1,43 bilhão.
No entanto, os papéis da empresa abriram em queda de mais de 7% nas primeiras horas do pregão desta quarta-feira (12).
O mercado encara o aumento de capital como uma forma de diluição ainda maior dos acionistas minoritários, o que tende a desagradar o investidor.
Além disso, a própria Cosan não está nos seus melhores dias, com expectativas bastantes baixas para o balanço do terceiro trimestre deste ano (3T25).
“Com a conclusão da oferta de ações e entrada dos novos sócios, o mercado deve dar mais importância para os próximos passos do processo de turnaround, que podem fazer os papéis acordarem depois de um longo período de desvalorização”, dizem Isabelle Lima de Oliveira e Ruy Hungria, analistas da Empiricus, em relatório publicado na última terça-feira (11).
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Oferta de ações da Cosan (CSAN3)
A negociação das novas ações começa na próxima quinta-feira (13) na B3.
De acordo com o comunicado enviado ao mercado, os recursos serão destinados ao fortalecimento do capital de giro e à maior liquidez da companhia e de sua controlada Raízen (RAIZ4), “visando otimizar a estrutura de financiamento em meio a desafios no setor de energia e logística”.
Vale dizer que essa é a primeira vez depois da promessa de aporte que uma ajuda para Raízen é citada. O movimento também acontece após a notícia de que a Shell está atrás de formas de capitalizar a empresa.
Além disso, a Raízen continua no movimento de venda de ativos. A mais recente foi a venda da usina Continental por R$ 750 milhões, localizada em Colômbia (SP), na segunda-feira (10) — algo que, para o Bank of America (BofA), é positivo, mas o sinal amarelo segue ligado para a empresa.
Na semana passada, a Cosan já havia levantado R$ 9,06 bilhões com a emissão de 1,81 bilhão de ações em sua primeira oferta pública, em um contexto de alto endividamento. Ao fim de 2024, a companhia registrava dívidas de R$ 23,5 bilhões e prejuízo de R$ 9,4 bilhões, para uma receita anual de R$ 44 bilhões.