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Cosan, BR Distribuidora ou Ultrapar? BTG Pactual diz quem se dará melhor

17 jan 2020, 16:46 - atualizado em 17 jan 2020, 17:24
Ipiranga Ultrapar UGPA3
Destaque: para o BTG Pactual, rede de postos Ipiranga trará as contribuições mais positivas para o balanço da Ultrapar (Divulgação: Facebook/Ipiranga)

Às vésperas da divulgação dos balanços do quarto trimestre, o BTG Pactual (BPAC11) divulgou suas expectativas sobre os números das distribuidoras de combustíveis listadas na B3 (B3SA3): Cosan(CSAN3), BR Distribuidora (BRDT3) e Ultrapar (UGPA3).

Embora as empresas tenham apresentado desempenhos bem distintos ao longo de 2019, o BTG Pactual acredita que todas contarão com, pelo menos, um dado positivo. “Uma coisa em comum deve vir no quarto trimestre: a expansão da margem de ebitda, ajudada pelos ganhos de estoque, num quarto trimestre sazonalmente forte”, diz.

Assinado pelos analistas Thiago Duarte e Pedro Soares, o relatório destaca a preferência do BTG Pactual pela Cosan, mesmo com o papel encurtando o desconto que mantém, historicamente, em relação a seus rivais na bolsa.

A empresa divulgará seus números em 14 de fevereiro, após o fechamento do mercado. O banco espera eles sejam beneficiados pela retomada das margem de ebitda da Raízen (a parceria da Cosan com a Shell na área de distribuição de combustíveis).

“Mais do que isso, a companhia continua a superar o mercado em termos de participação, e está em condições de manter seu caminho de retornos sustentáveis”, afirma o texto. A melhoria das expectativas para os mercados de açúcar e etanol (S&E) também jogará a favor.

Ainda não chegou lá

A BR Distribuidora deve divulgar seus resultados em 11 de março, após o fechamento da bolsa. O BTG Pactual estima que os segmentos B2B (venda de combustíveis para empresas) e de varejo (postos de gasolina) elevarão suas margens brutas, mesmo que isso sacrifique a participação de mercado no curto prazo.

Perdendo mercado: BR Distribuidora preocupa analistas (Divulgação)

Combinado com a melhora dos estoques, uma maior fatia de combustíveis importados sobre o total e alguns cortes de custos, o cenário converge para uma margem de ebitda 42% maior que a do mesmo período do ano retrasado, o equivalente a R$ 88 por metro cúbico.

A preocupação dos analistas foca na “forte erosão” da sua participação de mercado. Com isso, a instituição projeta um volume de venda de combustíveis estável no segmento de varejo, e quedas de 15% e 5% para os setores de B2B e aviação, respectivamente.

“Ainda consideramos insustentável a relação margem corrente/volume para gerar retornos”, afirma o BTG Pactual.

Ritmo lento

O balanço da Ultrapar, previsto para 19 de fevereiro, deve refletir um ano em que a Ipiranga, sua rede de postos, cresceu pouco, enquanto se concentrava no aumento da produtividade nos pontos de venda, e na estabilização de sua fatia de mercado e das margens.

Das empresas controladas pela Ultrapar, aliás, a Ipiranga deve ser o destaque positivo do próximo balanço, segundo o BTG Pactual. Embora o crescimento das vendas de combustíveis deva ficar na média do setor, a empresa pode entregar uma margem de ebitda de R$ 112 por metro cúbico, acima do teto do guidance (R$ 104).

Já a Oxiteno, empresa de produtos químico do grupo, continuará a sentir a pressão sobre suas margens. Para a Ultragaz, distribuidora de gás de cozinha, os analistas preveem um aumento de apenas 0,5% no volume comercializado, em relação ao mesmo período de 2018.