Corteva se diz afetada por atraso de plantio no Brasil e desaceleração chinesa
A Corteva disse nesta quinta-feira que a demanda por grãos e oleaginosas pode ser afetada por um atraso no plantio de soja no Brasil e pelo fraco crescimento na China e em economias emergentes.
O tempo seco persistente limitou o plantio de soja e o uso de produtos de proteção à safra no Brasil, maior exportador mundial da oleaginosa, enquanto as compras pela China, maior importadora, têm sido imprevisíveis devido à guerra comercial de Pequim com os Estados Unidos, o que também afetou o crescimento da segunda maior economia do mundo.
Até o final da semana passada, o plantio de soja no Brasil havia atingido pouco mais de um terço da área, após chuvas escassas na segunda metade de setembro.
“Juntamente com interrupções e atrasos de produção, a recente desaceleração econômica chinesa, a peste suína africana e o crescimento mais lento em outros mercados emergentes estão impactando a perspectiva de demanda para grãos e oleaginosas”, disse o presidente-executivo da empresa, James Collins, em conferência após a divulgação dos resultados.
Os comentários pessimistas ofuscaram o prejuízo menor que o esperado no terceiro trimestre, em meio a maiores vendas de sementes nos EUA, após inundações históricas atrasarem a temporada de plantio da primavera (do Hemisfério Norte).
A Corteva disse também que espera agora que seus lucros anuais fiquem no patamar inferior de sua estimativa prévia, que vai de 1,9 bilhão a 2,05 bilhões de dólares, devido principalmente ao enfraquecimento do real.
O prejuízo líquido da Corteva recuou para 494 milhões de dólares no terceiro trimestre, versus 5,12 bilhões de dólares em igual período do ano passado, quando teve de arcar com uma taxa de 4,5 bilhões de dólares.
As vendas líquidas da empresa diminuíram 2%, para 1,91 bilhão de dólares, especialmente por conta do real e do euro mais fracos, enquanto as vendas orgânicas permaneceram estáveis.