Taxa Selic

Cortes na Selic: Projeção de redução nos juros ganha mais adeptos; entenda

11 jul 2023, 15:05 - atualizado em 11 jul 2023, 15:05
Banco Central
Bancos associados à Febraban esperam queda na taxa Selic, no mês de agosto e nas próximas reuniões do Copom (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O mercado já precificou de vez o primeiro corte na Selic em agosto. Pelo menos é o que indica a “Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas”: os 115 sócios da Federação Brasileira de Bancos concordam que haverá um corte na taxa de juros na próxima reunião do Banco Central.

No levantamento, que é feito sempre após a Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), as expectativas apontam um corte de 0,25 ponto percentual e que deve acelerar para 0,50 nos próximos encontros, levando a Selic dos atuais 13,75% para 12% no final de 2023.

Além disso, a projeção feita pelos bancos indica que o crédito deve apresentar crescimento tanto em recursos livres quanto em direcionados.

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A carteira livre deverá avançar em 9,3%, ante 8,5% de maio, enquanto a estimativa de alta do crédito direcionado é de 10,7%, ante 9,6% anteriormente. Por fim, o crescimento da carteira de crédito total, provocou as cotações, trazendo a expectativa de 7,8% em 2023, ante 8,1% da pesquisa anterior, em maio, ficar mais próxima a atual projeção.

“A revisão foi puxada pelo menor crescimento esperado para a carteira pessoa jurídica livre, que passou de 3,9% para 2,4%,. Isso é reflexo de impactos defasados do aperto monetário e, mais recentemente, os episódios envolvendo as Lojas Americanas e Light, que elevaram fortemente a percepção de risco no mercado”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

E apesar da melhora nas expectativas para crescimento do crédito ao público, os empréstimos para empresas estão o oposto. A previsão dos financiamentos com recursos livres para o varejo é de 9,3% neste ano, ante os 8,5% de maio.

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Corte de 0,50 pp na Selic

Pela primeira vez, desde outubro do ano passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontou para uma deflação mensal. Em junho, a inflação recuou 0,08%; com isso, o indicador desacelerou a alta acumulada em 12 meses de 3,94% para 3,16%.

O resultado reforçou as apostas de corte em agosto e ampliou o otimismo de um reajuste maior, de 0,50 pp já na próxima reunião.

Segundo o economista André Perfeito, a deflação reitera o momento benigno do IPCA — especialmente, porque boa parte da queda está no grupo alimentação e bebidas. “Este bom momento deve durar mais tempo”, diz.

O economista ainda estima que a taxa básica deve fechar o ano a 11,75%. A expectativa do Relatório Focus, do BC, é de uma Selic a 12% ao final de 2023.

*Com Giovana Leal