Cortes de oferta pela Opep e medidas dos EUA podem apoiar petróleo no curto prazo, diz Goldman
Restrições de oferta por importantes produtores membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) podem impulsionar os preços do Brent para até 30 dólares por barril no segundo trimestre, enquanto medidas dos Estados Unidos para apoiar o mercado podem sustentar as cotações no curto prazo, apontou o Goldman Sachs em nota.
Citando reportagens do Wall Street Journal que indicam que os EUA estão considerando intervir na guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia e que pode haver cortes de produção no Texas, o banco de investimentos norte-americano disse que tais ações reduziriam as ofertas tanto nos EUA quanto globalmente.
Embora as medidas dos EUA possam fornecer suporte ao mercado de petróleo rumo ao segundo semestre do ano, o Goldman Sachs disse que os cortes de oferta não seriam suficientes para compensar a perda de demanda de 8 milhões de barris por dia, gerada pela desaceleração da atividade econômica em vários países devido à disseminação do coronavírus, que já causou quase 10 mil mortes em todo o mundo.
“No médio prazo, o impacto dessas medidas vai depender de sua viabilidade política, considerando a eleição presidencial (dos EUA) que está por vir”, afirmou o Goldman Sachs em nota.
As cotas de produção nos EUA podem gerar uma alta de 5 dólares a 10 dólares nas projeções do Goldman Sachs para o valor do petróleo WTI em 2021, atualmente entre 40 dólares e 45 dólares, acrescentou o banco.
No entanto, mesmo que as políticas de controle de oferta dos EUA “ajudem a apoiar os preços no terceiro e quarto trimestres acima de nossa previsão de 30 dólares e 40 dólares para o Brent, elas apenas substituiriam a política artificial de preços da Opep por outra (semelhante)”, disse o banco.