Grãos

Corte nos estoques da soja dos EUA se reflete na safra 19/20 e dá potencial para US$ 9,50/bushel

01 out 2019, 16:25 - atualizado em 01 out 2019, 16:28
Oleaginosa deve se beneficiar de melhores preços com o enxugamento que a demanda fez na soja americana (Imagem: REUTERS/Enrique Marcarian)

Mais do que apontar uma redução nos estoques da safra 18/19 de soja dos Estados Unidos, a surpresa que o Departamento de Agricultura (USDA) causou no mercado ontem (30) precisa ser lida olhando o futuro. Já corta também os estoques até agora projetados para a safra 19/20, que já está sendo colhida, e ajuda a mudar num outro degrau o patamar médio de preço.

Vlamir Brandalizze estima menos 2,6 milhões de toneladas no inventário de 17,4 milhões/t. A conta do consultor da Brandalizze Consulting pega os 24,8 milhões/t, base 1º setembro, que vieram com 2,6 milhões/t a menos sobre o que o USDA estimou em agosto.

“Para um mercado que vinha chocho, foi uma boa notícia”, avalia ele, acentuando que agora abre espaço para o mercado de Chicago trabalhar em torno de US$ 9,50 o bushel ou até acima, depois de bom tempo entre US$ 8,70/8,90 no curto prazo e de US$ 9,10/9,20 no longo prazo.

No novo perfil de oferta e demanda, que se abriu em perspectiva agora, deve ser levado em conta que também está em jogo uma safra americana que pode ficar mais complicada, depois do atraso do plantio.

Se for menor até 2 milhões/t do que os 98 milhões avaliados, o que não seria nada impossível, os estoques totais também perderão o mesmo patamar, o que ajudaria a reforçar mais os preços. Portanto, ainda está tudo em aberto.

Vale ressaltar, ainda, de acordo com Vlamir Brandalizze, que esse enxugamento dos estoques dos Estados Unidos mostram que a demanda mundial está aquecida e que as expectativas de quebra no consumo, com o avanço da peste suína africana, não se concretizaram.

Tampouco a China reduziu suas compras de soja americana, como se poderia esperar sem resolução da guerra comercial à vista, num movimento, já classificado aqui em Money Times, pelo próprio Brandalizze, de oportunismo em relação aos preços mais convidativos.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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