Corte na taxa de juros dos Estados Unidos: Quanto e quando ocorrerá?
A última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês), que aconteceu em 20 de março, decidiu mais uma vez manter as taxas de juros no mesmo patamar de 5,25% – 5,50%. Foi a quinta reunião sequencial em que os dirigentes optaram por aguardar mais dados econômicos para que o início do afrouxamento inicie.
Desta forma, os investidores e analistas seguem fazendo suas apostas de cenários possíveis. De acordo com o CME FedWatch, ferramenta que acompanha as probabilidades de cortes nos juros nas reuniões futuras, 58,5% do mercado acredita em uma redução para o patamar de 5% – 5,25% para a reunião de 12 de junho.
No entanto, há uma expectativa de que este corte só aconteça na reunião de julho, com 50,6% do mercado apostando nesta queda. Os mais otimistas, que são 23,8%, projetam uma taxa entre 4,75% – 5% para a quinta reunião do ano.
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A posição do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e de seus dirigentes em suas últimas aparições, é de que o banco central não tem pressa para cortar os juros.
“Powell deu um discurso essa semana em que falou que se o contexto não se alterar muito, a maioria dos participantes do Fomc acredita que o ciclo de cortes começará ainda este ano. Agora, isso é muito vago. O ‘quando’ irá começar ainda está em aberto. As apostas se concentram no meio do ano, mas já tem gente recalibrando essas expectativas”, disse o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, durante evento organizado pela casa sobre o cenário internacional.
Portanto, o que resta aos economistas ´r descobrir o tamanho do corte. E, para isso, será essencial analisar os dados divulgados semana a semana pelos Estados Unidos.
Dados de emprego nos Estados Unidos
Nesta sexta-feira (05), o payroll, relatório de emprego dos EUA, apresentou a criação de 303 mil vagas de trabalho em março de 2024, com a taxa de desemprego ainda em 3,8%. Antes dos resultados, a previsão do mercado era para números em torno de 212 mil.
Para Igliori os dados não devem alterar a percepção dos membros do Fomc sobre o cenário e a busca pela confiança extra no sucesso do combate à inflação permanece.
“Apesar das surpresas, houve reações positivas dos mercados após a divulgação do relatório de emprego, mas o que deverá impactar as apostas sobre o curso da política monetária serão os números de inflação a serem divulgados na semana que vem”, analisa.
Copo meio cheio, copo meio vazio
O economista avalia que o gráfico do Índice VIX – conhecido no mercado como índice do medo porque avalia o risco global – mostra que a apercepção de risco vêm melhorando desde o seu último pico, que foi durante a pandemia. Ou seja, a percepção hoje é de que as economias têm caminhado bem.
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No entanto, ele reitera que não se pode dizer que não tenha fatores de risco. Pelo contrário, há fatores diversos para ficar atento, como as mudanças climáticas, conflitos geopolíticos, a China em processo de desaceleração econômica, além da rodada de eleições no mundo inteiro.
Com esses eventos em mente e uma economia resiliente, o profissional destaca um cenário “muito mais desafiador” para se cortar os juros nos Estados Unidos.