Petróleo

Corte de produção eleva preço de petróleo e ameaça trégua de combustíveis a três semanas do segundo turno

05 out 2022, 18:02 - atualizado em 05 out 2022, 18:02
Petróleo
Consuidor será pego pela nova alta do petróleo? (Imagem: Shutterstock/Montagem Giovanna Figueredo)

O petróleo opera em alta na sessão desta quarta-feira, repercutindo o corte drástico da produção anunciado mais cedo pela Opep+.

Por volta das 16h50, o WTI (referência americana) e o Brent (referência internacional) futuros operavam em alta de 1,51% e 1,60%. Com o resultado do dia, o Brent voltou a operar acima dos US$ 93/barril.

Opep+ confirma rumor e prossegue com maior corte em 2 anos

A Opep+ voltou a se reunir nesta quarta-feira, em meio a rumores de que a aliança anunciaria um corte significativo na produção de petróleo.

Ao fim da reunião, o que era especulação virou realidade: o cartel concordou em reduzir a oferta de petróleo em 2 milhões de barris por dia a partir de novembro. Esse será o maior corte desde o início da pandemia de covid-19, em 2020.

No comunicado oficial, a Opep+ argumenta que o corte de petróleo está em linha com a necessidade de aprimorar a orientação dos mercados de petróleo e também de protegê-los das incertezas macroeconômicas atuais.

A decisão da Opep+ marca uma reação do grupo de países produtores e exportadores frente à pressão de baixa que os mercados estavam sujeitos, dado o contexto de desaceleração econômica.

Há, no entanto, motivos para duvidar da influência da decisão em um suposto rali nos preços de petróleo. Além do peso da desaceleração econômica , cada vez mais espraiada entre as economias globais, existe a possibilidade de que membros da aliança acabem não respeitando a diretriz de corte.

Petrobras encurralada em jogo eleitoral

Em linha com o aumento do petróleo, os papéis da Petrobras (PETR4) subiram 3,76%. Mas não dá para dizer que uma arrancada do petróleo seja uma notícia puramente boa para a empresa de capital misto.

Isto, pois, ao ser confirmado um novo repique dos preços internacionais, a política adotada pela Petrobrás pedirá novos reajustes para cima dos combustíveis nas refinarias, o que pode se tornar uma dor de cabeça política à beira do segundo turno.

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis, a defasagem de preço para a gasolina está em 8%, e para o diesel 3%. O preço médio da gasolina se encontra atualmente em R$4,81

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