Corte de gastos de R$ 70 bilhões? Mercado está confiante quanto ao possível tamanho do pacote e espera reação positiva
Uma pesquisa da BGC Liquidez mostra que a maioria do mercado (50%) está confiante de que o pacote de contenção de gastos do Governo para 2025 e 2026 deve vir em linha com o valor de R$ 70 bilhões, que circula na mídia. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as medidas devem ser divulgadas ainda esta semana.
Apesar do otimismo, outros 44% esperam um corte menor e somente 6% estão na esperança de um reajuste maior.
A expectativa também é positiva em relação à eventual resposta do mercado ao anúncio, sendo que 51% esperam uma boa reação, caso o montante de R$ 70 bilhões seja confirmado. 38% esperam uma reação neutra, uma vez que, para eles, o corte já está no preço, e apenas 6% veem uma resposta negativa.
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A pesquisa mostra ainda que os agentes do mercado estão divididos frente a uma possível alteração da meta de primário prevista para 2025, de déficit zero. 38% dizem ser improvável enquanto 35% veem como provável.
Já para a 2026, em que o objetivo é atingir um superávit primário de +0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), 48% esperam uma mudança e, por outro lado, 25% não.
As avaliações são da pesquisa da BGC Liquidez sobre as próximas decisões de política fiscal e consideraram as respostas de 50 players institucionais que participam do mercado financeiro brasileiro.
A avaliação sobre as medidas do pacote de corte de gastos
Sobre as possíveis medidas do pacote de contenção de gastos, os agentes do mercado estão, majoritariamente, otimistas quanto à aprovação de algumas mudanças — como o ajuste do salário mínimo, a redução do abono salarial, a reforma do seguro-desemprego e a regulamentação super-salários do setor público.
Entretanto, as opiniões sobre o corte de emendas parlamentares e a inclusão de saúde e educação no arcabouço, por exemplo, estão divididas.
Mudança na regra do salário mínimo
- Muito provável: 34%;
- Provável: 45%;
- Improvável: 17%;
- Muito improvável: 4%.
Redução do abono salarial
- Muito provável: 24%;
- Provável: 53%;
- Improvável: 18%;
- Muito improvável: 4%.
Reformar seguro-desemprego
- Muito provável: 23%;
- Provável: 51%;
- Improvável: 21%;
- Muito improvável: 4%.
Regulamentação super-salários setor público
- Muito provável: 19%;
- Provável: 49%;
- Improvável: 21%;
- Muito improvável: 11%.
Corte de emendas parlamentares
- Muito provável: 13%;
- Provável: 30%;
- Improvável: 37%;
- Muito improvável: 20%.
Subsídios e Seguro Defeso
- Muito provável: 17%;
- Provável: 62%;
- Improvável: 17%;
- Muito improvável: 4%.
Ampliar a participação do Fundeb para o limite mínimo de educação
- Muito provável: 15%.
- Provável: 55%;
- Improvável: 28%;
- Muito improvável: 2%.
Desobrigar a execução dos recursos do FNDCT
- Muito provável: 13%;
- Provável: 63%;
- Improvável: 22%;
- Muito improvável: 2%.
Saúde e Educação dentro do arcabouço
- Muito provável: 11%;
- Provável: 28%;
- Improvável: 36%;
- Muito improvável: 26%.
Pé de Meia dentro do arcabouço
- Muito provável: 15%;
- Provável: 60%;
- Improvável: 19%;
- Muito improvável: 6%.