Economia

Corte de gastos de R$ 70 bilhões? Mercado está confiante quanto ao possível tamanho do pacote e espera reação positiva

26 nov 2024, 13:11 - atualizado em 26 nov 2024, 14:43
lula haddad pacote de corte de gastos fiscal
Haddad disse que pacote de corte de gastos deve ser divulgado ainda esta semana (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Uma pesquisa da BGC Liquidez mostra que a maioria do mercado (50%) está confiante de que o pacote de contenção de gastos do Governo para 2025 e 2026 deve vir em linha com o valor de R$ 70 bilhões, que circula na mídia. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as medidas devem ser divulgadas ainda esta semana.

Apesar do otimismo, outros 44% esperam um corte menor e somente 6% estão na esperança de um reajuste maior.

A expectativa também é positiva em relação à eventual resposta do mercado ao anúncio, sendo que 51% esperam uma boa reação, caso o montante de R$ 70 bilhões seja confirmado. 38% esperam uma reação neutra, uma vez que, para eles, o corte já está no preço, e apenas 6% veem uma resposta negativa.

A pesquisa mostra ainda que os agentes do mercado estão divididos frente a uma possível alteração da meta de primário prevista para 2025, de déficit zero. 38% dizem ser improvável enquanto 35% veem como provável.

Já para a 2026, em que o objetivo é atingir um superávit primário de +0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), 48% esperam uma mudança e, por outro lado, 25% não.

As avaliações são da pesquisa da BGC Liquidez sobre as próximas decisões de política fiscal e consideraram as respostas de 50 players institucionais que participam do mercado financeiro brasileiro.

A avaliação sobre as medidas do pacote de corte de gastos

Sobre as possíveis medidas do pacote de contenção de gastos, os agentes do mercado estão, majoritariamente, otimistas quanto à aprovação de algumas mudanças — como o ajuste do salário mínimo, a redução do abono salarial, a reforma do seguro-desemprego e a regulamentação super-salários do setor público.

Entretanto, as opiniões sobre o corte de emendas parlamentares e a inclusão de saúde e educação no arcabouço, por exemplo, estão divididas.

Mudança na regra do salário mínimo

  • Muito provável: 34%;
  • Provável: 45%;
  • Improvável: 17%;
  • Muito improvável: 4%.

Redução do abono salarial

  • Muito provável: 24%;
  • Provável: 53%;
  • Improvável: 18%;
  • Muito improvável: 4%.

Reformar seguro-desemprego

  • Muito provável: 23%;
  • Provável: 51%;
  • Improvável: 21%;
  • Muito improvável: 4%.

Regulamentação super-salários setor público

  • Muito provável: 19%;
  • Provável: 49%;
  • Improvável: 21%;
  • Muito improvável: 11%.

Corte de emendas parlamentares

  • Muito provável: 13%;
  • Provável: 30%;
  • Improvável: 37%;
  • Muito improvável: 20%.

Subsídios e Seguro Defeso

  • Muito provável: 17%;
  • Provável: 62%;
  • Improvável: 17%;
  • Muito improvável: 4%.

Ampliar a participação do Fundeb para o limite mínimo de educação

  • Muito provável: 15%.
  • Provável: 55%;
  • Improvável: 28%;
  • Muito improvável: 2%.

Desobrigar a execução dos recursos do FNDCT

  • Muito provável: 13%;
  • Provável: 63%;
  • Improvável: 22%;
  • Muito improvável: 2%.

Saúde e Educação dentro do arcabouço

  • Muito provável: 11%;
  • Provável: 28%;
  • Improvável: 36%;
  • Muito improvável: 26%.

Pé de Meia dentro do arcabouço

  • Muito provável: 15%;
  • Provável: 60%;
  • Improvável: 19%;
  • Muito improvável: 6%.

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