Corte da Selic: Galípolo no Copom pode acirrar queda de braço entre Lula e Campos Neto
A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) nos dias 1 e 2 de agosto promete dar o que falar. Afinal, trata-se da primeira decisão sobre os rumos da taxa Selic com a presença de Gabriel Galípolo, homem forte do presidente Lula no Banco Central (BC).
Enquanto o mercado especula um corte de juros de 0,25% ou 0,50%, Galípolo pode marcar uma nova fase que entra em rota de colisão com o trabalho do presidente do BC Roberto Campos Neto.
Conforme levantamento do Banco Inter, desde 1999 apenas 14% das reuniões do Copom não tiveram resolução de modo unânime pelos membros do BC. Portanto, são só 32 das 219 decisões sobre a Selic no período.
Sendo assim, Galípolo, novo diretor de Política Monetária, tem a pressão do governo para forçar um corte de juro maior que 0,25 pp. Seu ex-chefe na Fazenda, o ministro Fernando Haddad, já afirmou que o BC tem condições para abaixar a Selic em mais de 0,25 ponto percentual.
Segundo Haddad, não se discute mais quando os juros terão cortes pelo Copom, mas, sim, qual será a magnitude da redução.
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Galípolo sob pressão
Conforme as opções de Copom na B3 para próxima reunião em agosto, o mercado agora precifica um corte de juro de 0,50 pp.
Dessa maneira, a taxa Selic cairia de 13,75% para 13,25%, o que pode pressionar ainda mais o voto de Galípolo.
Assim, as apostas mais recentes mostram que quase 60% dos agentes de mercado esperam um corte de 0,50%, ao passo que menos de 40% dos operadores crê na redução de 0,25% da Selic.
Inclusive investidores gringos engrossam o coro que espera um corte de 0,50% da Selic na próxima semana. Economistas do Bank of America reiteram expectativa de Selic a 13,25% em agosto.
Além disso, o governo Lula crítico à manutenção da Selic a 13,75% ao ano também conta com a indicação de Aílton Aquino, novo diretor de Fiscalização da instituição, no próximo Copom.