Corte da Opep pode frustrar planos da Petrobras (PETR4) de gasolina mais barata; entenda
Depois do aumento no preço da gasolina causado pela volta dos impostos federais, o valor médio do litro do combustível nos postos do país caiu pela terceira semana consecutiva, indo de R$ 5,51 para R$ 5,48, mostra levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Em meio à queda nos preços dos combustíveis, o presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, afirmou no fim de março que a companhia poderia reduzir ainda mais o valor da gasolina caso o preço do barril de petróleo continuasse em queda.
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No entanto, o recente anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de que vai cortar a produção de petróleo pode pôr fim não só à tendência de queda no preço dos combustíveis, como também aos planos de Prates.
Isso porque uma menor oferta de petróleo pressiona o preço do barril para cima, impactando também o valor dos derivados, como a gasolina, por exemplo.
Qual o impacto do corte da Opep no preço dos combustíveis no Brasil?
Pedro Rodrigues, sócio e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), conta que existem diversas variáveis para definir o preço dos combustíveis, mas, considerando apenas o preço do barril, é difícil supor que a Petrobras fará um corte no valor dos derivados nos próximos meses.
“Pelo que estamos assistindo no mercado de petróleo, acho difícil vermos uma redução no preço dos combustíveis. Podemos até ver os preços subirem caso sigam a PPI [paridade de preço de importação]”, conta.
Entretanto, Rodrigues chama atenção para o fato de que a Petrobras não esclareceu qual será a nova política de preço, uma vez que a PPI é rechaçada tanto pelo presidente da companhia quanto pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo ele, é a nova política de preço estabelecida pela companhia que vai dizer qual o impacto do anúncio da Opep sobre o preço dos combustíveis no Brasil. “Vamos ter que esperar para saber como a flutuação do preço do barril vai afetar essa nova política de preços. Isso hoje ainda é um ponto de interrogação”, diz.