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Corretora indiana CoinDCX levanta US$ 3 milhões em rodada de financiamento

24 mar 2020, 15:23 - atualizado em 24 mar 2020, 15:23
A corretora CoinDCX planeja expandir seus produtos e serviços, além de contratar mais funcionários (Imagem: DCX Blog)

CoinDCX, corretora indiana de criptoativos, levantou US$ 3 milhões em uma rodada de financiamento “Series A”, que foca na otimização da base de usuários e nas ofertas de produtos.

A rodada foi liderada pelo operador da BitMEX HDR Group, Polychain Capital e Bain Capital Ventures, com participação de outras empresas de capital de risco não divulgadas.

Agora, com capital “fresco”, CoinDCX planeja expandir seus produtos e serviços, além de contratar mais funcionários.

“Conforme o ecossistema de criptoativos se desenvolve na Índia em uma velocidade surpreendente, planejamos criar uma solução de integração com moedas fiduciárias, negociação baseada em algoritmos, negociação cripto para cripto e apresentar novos pares de negociação”, contou Sumit Gupta, cofundador e CEO da CoinDCX, ao The Block.

Assim, a corretora também busca duplicar seu número atual de 50 funcionários “nos próximos seis meses” para diversos cargos, como tecnologia, desenvolvimento, marketing e suporte.

Até o mês passado, empresas não poderiam fornecer serviços bancários relacionados a criptoativos no país; após a suspensão, o ambiente financeiro do país deve crescer bastante (Imagem: Crypto Times)

Essa notícia vem semanas após o Supremo Tribunal da Índia suspender a proibição bancária apresentada pelo Banco de Reserva da Índia (RBI) em 2018 para o setor cripto. Gupta não quis comentar sobre quando a rodada de financiamento começou.

“Os desenvolvimentos recentes no espaço regulatório de criptoativos na Índia são bem encorajadores e provavelmente irão acelerar a adesão e inovação nesse setor. Estamos empolgados em sermos investidores da CoinDCX e acreditamos que tanto sua equipe talentosa como sua tecnologia irá ajudá-la a ser a principal plataforma cripto na região”, declarou Arthur Hayes, cofundador e CEO da BitMEX e do HDR Group.

Olaf Carlson-Wee, fundador do Polychain Capital, concordou, afirmando que a decisão do Supremo Tribunal é “um sinal encorajador para o amplo ecossistema de criptoativos na Índia e estamos confiantes de que exista um grande potencial de crescimento nesse mercado”.

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Crescimento “exponencial”

Fundada em 2018, a corretora CoinDCX, da cidade de Mumbai, afirma ter garantido um crescimento “exponencial” de usuários desde a suspensão da proibição bancária.

“Durante a proibição, CoinDCX registrou mais de 35 mil usuários. Desde a suspensão, cadastros na plataforma aumentaram em dez vezes”, afirmou Gupta, acrescentando que os cinco principais mercados dessa corretora são as cidades Surat, Mumbai, Chennai, Bangalore e Delhi.

Gupta se recusou a falar sobre o crescimento dos volumes de negociação, mas afirmou que o volume médio diário esteve entre US$ 10 milhões a 15 milhões após a proibição.

Em comparação, sua adversária, WazirX, pertencente à Binance, possui volume médio entre US$ 2 e 3 milhões, de acordo com Nischal Shetty, fundador e CEO da corretora.

WazirX, corretora recém-adquirida pela chinesa Binance, é a concorrente da CoinDCX, pois também pretende impulsionar a adesão da tecnologia cripto no país (Imagem: Medium/WazirX)

Economia de US$ 5 trilhões?

Pensando no futuro, CoinDCX planeja aumentar ainda mais seu número de usuários e fazer com que o número total de usuários cripto na Índia passe de 5 milhões para 50 milhões por meio de sua iniciativa “TryCrypto”.

No início deste mês, a CoinDCX lançou a iniciativa para direcionar US$ 1,3 milhão para fomentar a conscientização e adesão de criptoativos na Índia.

Como resultado desse esforço, a corretora planeja contribuir ao crescimento do país, tornando-a em uma economia de US$ 5 trilhões até 2025.

“Para atingir esse objetivo, a taxa mínima de crescimento anual da Índia deverá ser maior do 10,8% por ano. Por conta do decréscimo do PIB da Índia, de 8% para 5% no segundo trimestre de 2019, é evidente que nossa economia precisa de um forte impulso para atingirmos nosso objetivo de nos tornarmos em uma economia de US$ 5 trilhões. Eu acredito que a Índia tem chances de chegar a esse objetivo ao aderir à próxima onda da adesão de criptoativos”, contou Gupta.

Sua iniciativa “TryCrypto” pretende fornecer o conhecimento de primeira viagem necessário para certificar que esses novos investidores “possam navegar pelo mercado cripto com segurança” (Imagem: Crypto Times)

“Nossa rodada de financiamento é um testamento de como criptoativos podem fomentar o investimento estrangeiro na economia indiana e evidencia o potencial que players globais veem no ecossistema indiano de criptoativos.”

CoinDCX também planeja levantar mais fundos num futuro próximo.

“Consideramos investimentos como uma ferramenta estratégica para nos ajudar a criar melhores produtos para o futuro. Além disso, se recebermos interesse em parcerias estratégicas, ficaremos felizes em explorar essas oportunidades.”

Ainda não se sabe a quantidade total que a CoinDCX levantou até agora. Gupta se recusou a comentar sobre isso e sobre a valoração da corretora.

Em março de 2019, CoinDCX levantou uma quantia não divulgada em outro financiamento (“Pre Seed”, período em que os fundadores da empresa estão realizando as primeiras operações), também liderado pela Bain Capital Ventures.