Corretora de derivativos cripto Deribit anuncia mudanças em requisitos de verificação
Deribit, a maior corretora de opções cripto do mundo em volume negociado, exigirá que todos os usuários verifiquem sua identidade até o fim de 2020, afirmou o CEO John Jansen ao The Block.
O programa aperfeiçoado de “conheça seu cliente” (KYC, na sigla em inglês) significa que todos os investidores da Deribit terão de oferecer comprovantes de identificação governamental, como um passaporte, bem como comprovante de residência.
“Em breve, novos clientes terão de aderir a essas pré-condições do mercado e clientes já existentes terão tempo suficiente” para cumprir com o requisito, afirmou ele.
Atualmente, Deribit possui dois níveis de KYC. O nível zero — para saques de até 1 BTC e 50 ETH — exige informações básicas, como nome, e-mail, data de nascimento, endereço e país.
O nível um — com saques ilimitados — solicita informações básicas, além de uma foto do passaporte ou documento de identificação. Isso significa que, com o futuro programa de KYC, todos os usuários terão de passar pelo primeiro nível de verificação.
A iniciativa da Deribit vem logo após uma ação similar de sua polêmica adversária BitMEX.
Hoje (21), a BitMEX anunciou que irá acelerar seu programa de KYC, exigindo que todos os usuários sejam verificados até o dia 5 de novembro — três meses antes do prazo original, de fevereiro de 2021.
BitMEX e seus fundadores foram condenados pelo Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) e pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) no início de outubro.
A corretora e seus fundadores Arthur Hayes, Ben Delo e Samuel Reed foram acusados de operar uma plataforma de negociação não registrada, além de violarem leis da CFTC, incluindo regulamentações de KYC e antilavagem de dinheiro (AML).
Enquanto isso, o DoJ indiciou Hayes, Delo, Reed e o diretor de desenvolvimento comercial da BitMEX Greg Dwyer por violarem a Lei de Sigilo Bancário.
Deribit parece estar tomando cuidado extra com seu próximo plano de verificação obrigatória, apesar de a corretora panamense não permitir que investidores americanos negociem em sua plataforma.
“Ao longo dos anos, tomamos o cuidado de bloquear contas abertas por cidadãos americanos”, disse Jansen. “Realizamos verificações de endereço de IP [protocolo de internet] regularmente.”
Alguns usuários afirmaram terem recebido o seguinte comunicado da Deribit: “você é um cidadão americano”; evitando, assim, seu acesso à plataforma.
“Esses usuários podem ser dos EUA ou, pelo menos, terem um IP conhecido para nós como um IP americano”, afirmou Jansen.
“Na nossa experiência, grande parte dos usuários afetados por tais verificações não são cidadãos americanos, mas temos de tomar essas medidas para evitar que não haja investidores americanos na plataforma”, explicou ele.
Deribit migra para o Panamá
por conta de pressão regulatória