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Corretora de criptomoedas FTX ainda tem “alguns bilhões” para socorrer setor, diz presidente

06 jul 2022, 17:53 - atualizado em 06 jul 2022, 17:53
Bitcoin pagamento cartão
O Bitcoin caiu cerca de 70% em relação à máxima histórica de novembro de quase 69.000 dólares (Imagem: Freepik)

Sam Bankman-Fried, chefe de uma das maiores corretoras de criptomoedas, a FTX, disse que ele e sua empresa ainda têm “alguns bilhões” em mãos para suporte a empresas em dificuldades que podem desestabilizar ainda mais o setor de ativos digitais, mas ressaltou que o pior dos crise de liquidez provavelmente já passou.

Bankman-Fried, 30, que é do Estado norte-americano da Califórnia, mas mora nas Bahamas, sede da FTX, tornou-se o cavaleiro branco das criptomoedas nas últimas semanas, lançando linhas de socorro para plataformas de ativos digitais que sofreram com a queda dos preços nos mercados.

O Bitcoin caiu cerca de 70% em relação à máxima histórica de novembro de quase 69.000 dólares.

“Estamos começando a receber procura de mais algumas empresas“, disse Bankman-Fried em entrevista. Essas companhias geralmente não estão em situações terríveis, embora algumas corretoras de criptomoedas menores ainda possam falir, disse ele.

A empresa de negociação de criptomoedas de Bankman-Fried, a Alameda Research, deu ao banco de ativos digitais Voyager Digital uma linha de crédito rotativo de 200 milhões de dólares em dinheiro e stablecoin, e uma linha de bitcoin, já que a empresa enfrentou perdas por exposição ao fundo de hedge voltado a criptomoedas Three Arrows Capitals.

Nesta quarta-feira, a Voyager entrou com pedido de recuperação judicial.

Também em junho, a FTX concedeu ao banco norte-americano de criptomoedas BlockFi uma linha de crédito rotativo de 250 milhões de dólares.

Na sexta-feira, houve anúncio de um acordo que deu o direito da FTX comprar a instituição a depender de certos termos de desempenho.

O objetivo dos resgates era proteger os ativos dos clientes e impedir que o contágio ricocheteasse no sistema, disse Bankman-Fried.

“Ter confiança dos consumidores de que as coisas funcionarão como anunciado é incrivelmente importante e, se quebrada, é incrivelmente difícil de recuperar”, disse ele.

Em janeiro, a FTX lançou o FTX Ventures, um fundo de capital de risco de 2 bilhões de dólares focado em investimentos em ativos digitais, que desde então tem aproveitado para ajudar a socorrer empresas que carecem de liquidez, mas não de ativos.

Em uma ou duas ocasiões, Bankman-Fried, que ganhou bilhões com arbitragem de preços de criptomoedas na Ásia a partir de 2017, disse que usou seu próprio dinheiro para apoiar empresas de criptomoedas em dificuldade quando não fazia sentido para a FTX fazê-lo.

“A FTX tem acionistas e temos o dever de fazer coisas razoáveis ​​por eles e certamente me sinto mais confortável incinerando meu próprio dinheiro”, disse ele.

Bankman-Fried também revelou em maio que havia assumido pessoalmente uma participação de 7,6% na Robinhood, capitalizando em cima da queda no preço das ações do aplicativo de negociação.

A Forbes avaliou o patrimônio líquido de Bankman-Fried este ano em cerca de 24 bilhões de dólares, mas o Índice de Bilionários da Bloomberg em maio disse que esse número foi reduzido pela metade devido ao crash das criptomoedas. INVERNO CRIPTO À medida que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, começou a aumentar agressivamente as taxas de juros para combater a hiperinflação, os investidores fugiram dos mercados de criptomoedas.

A queda nos preços desses ativos digitais, conhecida como “inverno cripto”, pode ter chegado ao fundo do poço, uma vez que os preços se estabilizaram, mas isso dependerá em grande parte da situação macroeconômica, disse Bankman-Fried, formado em 2014 pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).

“Não acho que seja uma ameaça existencial para a indústria, mas acho que é um pouco pior do que eu teria previsto”, disse Bankman-Fried.

Enquanto as corretoras de criptomoedas rivais enfrentam demissões após uma onda de contratações anteriores, a FTX tem cerca de 300 funcionários, e a plataforma Crunchbase estima a equipe da Alameda em menos de 50 pessoas.

“A cada trimestre deste ano, espero que nossa força de trabalho seja maior do que no trimestre anterior, mas estamos tentando não crescer incrivelmente rápido”, disse ele.

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